Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Mantenedores de Escola de Educação Infantil do Município de São Paulo (Semeei), Eliomar Pereira diz que a abertura para refeições está amparada no decreto publicado pela própria Prefeitura, que estipulou que o retorno às atividades escolares presenciais poderá ocorrer a partir de 12 de abril, se o Estado sair da fase emergencial. O segundo artigo da norma indica que “durante a fase emergencial, as escolas ficam autorizadas a receberem os alunos que necessitarem de alimentação escolar”.
O Semeei orienta que escolas particulares reabram nesses moldes, se os pais manifestarem necessidade de que os filhos recebam refeições no colégio. “(O decreto) não fala que é só na rede pública, mas que a escola poderá atender os alunos que precisem de refeição. Tem casal de médicos que trabalha na linha de frente, sem ninguém para cozinhar, e precisa que a escola conceda alimentação”, diz Pereira. Na segunda onda da pandemia, as escolas públicas e privadas foram fechadas na capital paulista para conter a disseminação do vírus.
O sindicato, com 700 escolas filiadas, fez um modelo de documento que os colégios devem enviar aos pais para que manifestem a necessidade de alimentação. No intervalo entre as refeições, não pode haver aula, mas as crianças continuam na escola. “Tem uma recreação, com cuidado e protocolo de segurança.” Na prática, como se trata de crianças pequenas, é difícil a definição do que é ou não atividade pedagógica entre os horários de refeição.
Diretora da Escola Raio de Luz, no Ipiranga, Fernanda Barbezan reabriu a escola para 23 crianças, de 4 meses a 5 anos de idade. “São filhos de enfermeiros, médicos, pessoas que precisam deixar o filho na escola.”
As crianças podem ficar no colégio das 8 às 17 horas e recebem as refeições na escola, mas não há atividades pedagógicas. “A gente faz jogos lúdicos. Estamos revendo brincadeiras e jogos já dados”, diz ela.
O diretor de uma escola na zona sul diz que reabriu o colégio para alunos da educação infantil nesta segunda, amparado no artigo do decreto que trata da alimentação. As crianças ficaram na escola das 9 horas, quando receberam o café da manhã, ao meio-dia, para o almoço.
Risco
Segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro-SP), pelo menos outras 12 escolas reabriram nesta segunda, conforme denúncias recebidas pelo órgão. O Sinpro-SP é contrário à reabertura. Presidente do Sieeesp, outro sindicato que representa as escolas particulares no Estado, Benjamin Ribeiro diz não orientar os colégios a reabrir agora. Ele afirma temer que eles tenham a licença cassada. “Acho temeridade, principalmente para as menores.”
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Educação (SME) informou que “durante a fase emergencial, as escolas particulares, assim como as estaduais, podem abrir para fornecimento de alimentação aos estudantes, seguindo as recomendações e regras do Plano SP (plano de flexibilização da quarentena do governo do Estado)”. “Os estudantes da rede municipal permanecerão com o fornecimento do cartão-merenda.” Indagada se as escolas particulares têm de seguir algum horário fixo para oferecer a alimentação, a SME não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
