Maternidade: mudanças, alegrias, medos, incertezas e um amor para a toda a vida

As mudanças fazem parte da vida de todos os seres humanos, e hoje falaremos em especial da mulher, que acaba buscando adaptações para lidar com as alterações hormonais, emocionais, psíquicas e do corpo. Quando acontece a gravidez, mais mudanças acontecem e, desta vez, trazem consigo um novo ser humano que demanda amor, atenção, carinho, dedicação.

A mulher, antes sozinha, torna-se mãe e se vê com um outro ser humano, dependendo dela. Um momento assustador, onde ao longo do percurso, essa mãe percebe que nada em sua vida jamais será o mesmo. É necessário adaptar-se ao novo e se reencontrar, dessa vez, acompanhada do seu filho.

Para algumas mulheres esse é um momento de alegrias, do encontro do amor de sua vida, enquanto outras, principalmente quando esse novo ser chega de surpresa e sem planejamentos, é um momento desafiador, onde a mudança chega sem aviso prévio, que pode acontecer a dificuldade de estabelecer vínculo afetivo.

O maternar é diferente para cada mulher e em cada fase de sua vida. A única certeza além das mudanças é que terão muitas pessoas dando palpites, e muitas pessoas julgando, algumas delas com intenção positiva de ajudar. Cabe a mulher saber ouvir apenas o necessário e deixar de lado o que não agrega.

O maternar é diferente em cada etapa da vida

Entre as características marcantes de cada etapa da vida, existem algumas que podem ser devidamente mencionadas aqui: adolescência, que comumente é considerada uma montanha russa, tanto física quanto emocional e hormonal.

Portanto, aqui mencionaremos as prioridades e o senso de maturidade cognitiva e emocional, que divergem conforme o contexto que foram criadas.

Quando citamos a gravidez na adolescência, existem diversas situações que envolvem: essa gravidez foi planejada ou não? Pois o planejamento, sem dúvidas, é fundamental pelo ponto de vista emocional, ou seja, a vinda de um filho obviamente traz consigo infinitas mudanças e adaptabilidade.

É considerado muito importante a famosa rede de apoio, que abrangem o (a) cônjuge/parceiro (a), familiares, amigos. Questionamentos sobre: eu quero ter um filho nesse momento? Quais são as minhas prioridades? Tenho apoio emocional, financeiro, estrutural para que eu possa estar vivenciando essa fase com maior tranquilidade e sem tamanhas preocupações?

Quando essa gravidez não foi planejada, há de se avaliar carinhosamente sobre estar passando por uma situação, que fugiu do ideal, mas que posso, inclusive “devo” acolher, aceitar e pedir ajuda para que esse momento possa se tornar um processo de mudança de planos, pautadas no improviso, mas que com auxílio, estratégias emocionais, fortalecimento, também possa estar enxergando esse período como algo que mudou apenas a rota, “que meus planos poderão ser continuados em outros momentos da vida”.

Como foi com você, mãe, a sua maternidade na adolescência? Ou estranharam o fato, de você querer ser mãe tão jovem? 

Na vida adulta, teoricamente, ganhamos uma experiência maior com relação as vivências, podendo afirmar que é uma das fases consideradas por aí, ideal para se vivenciar uma gestação, quesitos como idade, prioridades de vida, maior estabilidade profissional, estrutural, emocional, financeira, fazem diferença! De qualquer forma, aqui, parecem que os desafios se tornam menores caso ela esteja dentro do planejamento. Dicas e sugestões nessa fase, aproveitar os momentos cercadas de informações, rede de apoio, informações, amor e aprendizados para o fortalecimento maternal.

Na gravidez tardia, considerada com 35 anos de idade ou mais, comumente e teoricamente adentramos em mulheres que passaram por tentativas de gravidez, aqui aparecem históricos de perdas gestacionais, tratamentos diversos e uma vontade muito grande de concretizar esse sonho, mas em contrapartida é muito comum, mulheres priorizarem suas carreiras profissionais, para então escolherem aumentarem a família. Muito sentimento de culpa e julgamentos são considerados parte desse processo também.

Do ponto de vista da autoestima, passamos por mudanças físicas que podem ou não serem bem-vindas, e o maior segredo é fazer com que elas sejam devidamente entendidas e aceitas, celebradas e contempladas, para que possamos desfrutar desses momentos em que, “nossos peitos viram mamas, o nosso útero vira ventre e a mulher torna-se uma mãe”, essas mudanças obviamente são apenas algumas, das tantas vivenciadas individualmente por cada mulher, que antes de tudo é um ser humano, imperfeito, que pode encarar os desafios, pedir ajuda e estar cercada de informações, pessoas que acrescentem emocionalmente, para conseguir ir dando conta de suas demandas emocionais, que geralmente vem carregadas de julgamentos e culpas. Julgamentos e culpas sobre a fase da vida, suas escolhas, prioridades, capacidade de dar conta, labilidade emocional, vida profissional, sucesso ou não da relação afetiva, condições financeiras e assim por diante.

Portanto para finalizar, uma breve pincelada desse assunto tão diverso e abrangente, o mais importante, independentemente de cada etapa ou fase da vida, e o que torna esse período da maternidade mais prazeroso, assertivo e mais fortalecido, e os desafios da maternidade se tornarem menores, “irão depender do planejamento e da capacidade emocional para lidar”.

Sabemos que quando planejamos o nosso pré-natal, ele se torna mais seguro. E se o planejamento não acontecer, o mais importante é a busca pelo fortalecimento emocional, evidenciando que possa ter maiores condições de viver essa fase tão linda que é a maternidade. Buscar sempre o diálogo, tanto com seu (sua) parceiro (a), como com quem sentir confiança.

Estabelecer bons vínculos afetivos ao seu redor nesse momento é o principal, pois são deles que decorre o sucesso, para também o vínculo mãe-filho, que é por todo o sempre.

Desejo a você mamãe, uma vida repleta de contemplações e momentos em que você diga a si mesma, ‘eu sou a melhor mãe que somente eu posso ser’!


Angela Corona
Psicóloga, mãe de Leticia (13) e Helena (9)
CRP/08 11491

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