Comitê se reúne para discutir situação de dengue e covid-19 em Pato Branco

Na manhã de sexta-feira (6), a Secretaria de Saúde de Pato Branco realizou, no Largo da Liberdade, mais uma reunião do comitê da covid-19 e da dengue, para discutir sobre o discreto aumento nos casos confirmados do coronavírus e também da alta incidência do mosquito Aedes Aegypti no município.

O maior foco atualmente é frear o avanço de mosquitos causadores da dengue que continua com o alto índice de infestação de 4,4%. Em boletim atualizado na quinta-feira (5), foi constatado o aumento de 15,93% nas notificações de dengue em relação a atualização dos dados realizada em 29 de abril.

Casos de dengue


29 de abril05 de maio
Notificações39234548
Confirmados9011596

O número de casos confirmados da doença aumentou 77,13% nesse período, com quatro óbitos em investigação. De acordo com o último boletim, 1.472 casos são autóctones, ou seja, a doença foi adquirida no município. Na semana, os bairros com mais casos confirmados foram o Fraron, com 239; o Centro, com 143; e o São Vicente, com 103 casos da doença.

O diretor da Vigilância de Saúde, da Secretaria de Saúde de Pato Branco, Rodrigo Bertol, destaca a necessidade de envolvimento da população para diminuir o aumento de casos da doença. “Cada dia mais a gente se preocupa em relação a essa questão e pedimos a mobilização da população”.

A semana com maior número de casos de dengue confirmada no município foi entre os dias 13 e 19 de março, onde 200 pessoas receberam a comprovação de contaminação pela doença. Atualmente, Bertol afirma que Pato Branco passa por uma redução da densidade populacional do vetor e, “paralelo a isso, se cada um não fizer seu papel, de retirada desses ovos, entre outubro e novembro, a tendência é que eles voltem a eclodir e no ano que vem a situação epidêmica pode ser ainda maior”.

Com a permanência de altos índices de infestação, os agentes de endemias precisaram aumentar a fiscalização para eliminar possíveis focos de mosquitos. No entanto, o diretor aponta que muitas pessoas não permitem a entrada desses profissionais em suas residências.

“São situações crônicas que há anos viemos avaliando e nos deparamos com portas batendo na cara dos agentes”, comenta.

Para lidar com a situação, Bertol afirma que a pasta está trabalhando em uma solução durante esse período em que “estamos vivenciando uma questão de saúde pública, de danos a saúde da população e tem muitas pessoas não colaborando e causando ainda mais problemas”.

Segundo o diretor, a Secretaria de Saúde, em Conjunto com o Ministério Público e demais órgãos competentes, deverão autuar a população que for reincidente em não permitir a entrada de agentes, ou seja, para pessoas que não permitiram a fiscalização em sua residência mais de uma vez.

“Caso possível, vai ser feita uma situação penal, onde será encaminhada ao Ministério Publico e a pessoa será penalizada por suas ações, respondendo a isso no código civil”, aponta.

Mutirão

Com diversas ações sendo realizadas para o combate ao mosquito transmissor da dengue, a realização de mutirões nos bairros têm acontecido com frequência no município. Porém, a população deve aguardar o recebimento de um aviso sobre a retirada de entulhos na sua vizinhança. “Primeiro o agente informa para a população que naquele determinado período haverá o mutirão e, só então, a pessoa retira o entulho”, cita. “Estamos sentindo que toda a cidade está retirando entulho e não conseguimos dar conta de tudo isso, pedimos a sensibilização da população para retirar apenas quando for informado”, conclui.

Contratação de agentes

O diretor da Vigilância Sanitária afirma que os agentes de endemias estão sendo pouco valorizados por parte da população e, ao mesmo tempo, com poucos profissionais no setor, causando sobrecarga. “Pato Branco cresceu e os agentes perduraram no mesmo, então precisamos ampliar o número desses agentes para uma ação mais afetiva na sociedade”.

Para que o setor possa dar continuidade ao trabalho, Bertol afirma que a pasta está contratando agentes através de Processo Seletivo Simplificado (PSS).

Covid-19

De acordo com boletim semanal liberado na sexta-feira (6), os primeiros dias de maio somou 127 casos confirmados da doença e 403 notificações. Com isso, há 194 pacientes com a covid-19 ativa no município e taxa de transmissão em 0,15%.

A enfermeira Tatiany Zierhut, que atua no setor de epidemiologia da Secretaria de Saúde de Pato Branco, afirmou durante a reunião do comitê que existe um sinal de alerta devido ao novo aumento de casos.

“É um aumento baixo, porém, significativo e também para redobrar os cuidados, pois estamos vivendo em um período de mudanças climáticas, onde doenças respiratórias voltam”, comenta.

A enfermeira lembra que ainda há um decreto vigente para que pacientes com sintomas respiratórios utilize máscara de proteção e busque atendimento nas unidades de saúde.

Outra medida citada por Tatiany é a intensificação da vacinação, para que “atualizem as pendências, pois muitas pessoas começaram o esquema vacinal da covid e não deram sequência. É importantíssimo para que tenhamos controle da doença”.

Com apenas dois adultos e três crianças hospitalizadas em enfermaria, a profissional aponta o momento como tranquilo e sem pacientes correndo risco de vida. “Estão apenas com sintomas leves e poucos pacientes internados com suspeita da doença”.

Protocolos

Para pessoas com sintomas respiratórios, a nota orientativa do estado Nº 40 ainda está valendo. Com isso, o paciente que apresentar sintomas precisa procurar atendimento médico em unidades de saúde ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para fazer o teste.

Tatiany afirma que o teste antígeno é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com resultado em 20 minutos e, caso seja positivo, o paciente sintomático precisa permanecer por 10 dias em isolamento. Quando o indivíduo estiver sem sintomas, o tempo de isolamento é de 7 dias.

“Após a mudança na nota orientativa de fevereiro, se o paciente estiver com o esquema vacinal completo, não há necessidade de isolamento. O mesmo vale para quem pegou covid-19 nos últimos 90 dias.”, finaliza.

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