De março a maio, 556 crianças e adolescentes foram diagnosticados com covid em Pato Branco

Dos 3.497 casos confirmados de covid-19 em Pato Branco de 1º de março até essa terça-feira (18), 181 foram de crianças e 375 de adolescentes, segundo o boletim diário do coronavírus divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde.

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No caso das crianças, a evolução de casos do primeiro dia de março, até ontem, corresponde a 60%, enquanto que nos adolescentes, o coeficiente de casos representa 6%.

Chama ainda a atenção nos boletins diários do município o número de internamentos desta população, muitas vezes não pelo percentual de ocupação, mas pelo fato de estar sendo observado com maior frequência.

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Para se ter ideia, no mês de março em seis dias, não foram registrados pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ao mesmo tempo, em que apenas dois dias no mesmo período, foram observados internamentos em leitos enfermaria.

Já no mês seguinte, dos 30 dias de abril, em cinco, não foram observados internamentos em UTI pediátricas. Por sua vez, foram seis os dias com internamentos em enfermaria destinadas a crianças e adolescentes.

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O cenário chama ainda mais a atenção para os primeiros 18 dias de maio. Até agora, somente em quatro dias, não foram notificados a ocupação de pelo menos um leito UTI pediátrico e três de enfermaria.

Para o pneumologista pediátrico, Rodrigo Akira Furukawa, o aumento de casos entre crianças, vem seguindo o comportamento mundial, de evolução dos casos, com o surgimento de novas variantes do vírus. Variantes essas que o médico lembra que são mais contagiosas, tanto para a população que já positivou em algum momento para o coronavírus, como para as crianças.

Furukawa destaca que um exemplo claro deste acometimento na população de menor idade, vem sendo observado na variante indiana, onde os relatos de crianças sendo acometidas em formas mais graves, ao mesmo tempo que apresentam sintomas voltados tanto a respiratórios, mas sim, a situações gastrointestinais (diarreias e vômitos).

Furukawa faz uma relação importante na observação do aumento de casos, com o afrouxamento os cuidados, que contribuem para a não propagação do vírus. “Ao caminhar na rua se observa uma grande quantidade de pessoas usando máscara de maneira errada, ou não usando máscara, ou ainda usando máscara inadequada. Não mantendo o distanciamento. Essas coisas vão favorecer, principalmente agora no frio”, diz o pneumolista pediatra, que a permanência em maior tempo dentro de casa, portanto, de forma mais aglomerada, também é uma possibilidade de maior contágio.

Agravamentos

Com relação ao aumento do número de pacientes em leitos UTI e enfermaria, Furukawa observa que “conforme aumenta o número de casos confirmados, estatisticamente vai aumentar o número de casos mais graves, que necessitam de acompanhamento.”

Para ele, a presença de outros vírus circulantes desta época do ano, e com sintomas parecidos com os do coronavírus, “até que se consiga diagnosticar com certeza, de que não é coronavírus, o paciente vai estar ocupando o leito”.

O médico ainda lembra que a realidade baixa de leitos exclusivos para esta parcela da população, até mesmo reflete a demanda existente até então. Como nas crianças a grande maioria era de casos leves, ou assintomáticos, não tinha tanta necessidade de mais unidades, mas temos que ficar alertas, porque a tendência no mundo inteiro é de estar aumentando o número de casos em crianças.”

Voltas às aulas

Com uma realidade de retorno às aulas da rede privada já estabelecida há um tempo, a recomendação feita anteriormente segue para os pais da rede pública que encaminharam seus filhos para a retomada em ambiente escolar.

Furukawa lembra que até mesmo em países europeus, onde o retorno das aulas já está estabelecido, e com suas regras, foi observado um aumento de casos, contudo, ele destaca que os números dos últimos dias não podem ser observados como reflexo dos ambientes escolares ainda, uma vez que somente será possível uma melhor avaliação em um intervalo futuro de 7 a 10 dias.

Defensor de que a escola é fundamental para o desenvolvimento das crianças, Furukawa pondera que “a escola, desde que siga os protocolos estabelecidos para realizar os cuidados de prevenção e de maneira exemplar, a escola é um ambiente seguro”. Ela ainda destaca que “na grande maioria dos casos, a crianças contraem a doença e um adulto. Não é a criança transmite para outro, ou para um adulto. A criança não é o grande transmissor ela na verdade, por estar mais fechada em casa, acaba contraindo do adulto que sai para trabalhar para outras atividades e acaba levando a doença para o ambiente familiar.”

“O que sempre frisamos, é de que mesmo com sintomas leves, deve se procurar atendimento, fazer a testagem com o exame correto, para realmente fazer o diagnóstico precoce, isolar precocemente esse paciente, e assim evitar que ele fique circulando e propagando a doença”, pontua o médico, lembrando que os pais devem ficar atentos aos mínimos sintomas de resfriado, nariz escorrendo, tosse, dor de garganta, febre, dor no corpo, e no caso das crianças, diarreia e vômito.

Calendário vacinal

O médico destaca que, “é importante que a população se conscientize que a carteirinha de vacinação, tem que manter atualizada”.

Ele recorda que da epidemia da H1N1, em 2009, até os dias atuais, já se tem medicamentos disponíveis e que a vacinação contra o vírus da influenza é com imunizantes atualizados anualmente, para o que ele destaca, “é importantíssimo que os grupos de risco da doença recebam a vacina. E mais, que se alcance perto do que é preconizado para a imunização porque é uma doença a menos para se preocupar.”

O médico ressalta ainda que este deve ser um comportamento não apenas para a H1N1, mas para as outras doenças.

Uso de máscaras entre crianças

– A criança abaixo dos 2 anos, pelo risco de sufocamento é bom evitar o uso de máscara;

– Dos 2 aos 5 anos, deve ser estimulado. Com as crianças voltando a escola, que é uma realidade nova, a orientação é de que os professores estimulem o uso de maneira lúdica. A criança se adapta muito fácil.

– Já as maiores, se orientar direito, elas vão lavar bem as mãos e passam álcool gel, além de usar máscara. E para isso, a criatividade dos pais, ajuda, assim como dos professores, para que eles entendam que é uma realidade nova e que é necessário fazer o uso.

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