Diário de uma influenzadora

Viajei com H3N2 e fui vetor pra toda a minha família. Ou seja, todas as pessoas que aparecem na foto que ilustra esse texto (e algumas outras) foram infectadas.

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3 de dezembro de 2021
Logo no início de dezembro, no período de rematrículas escolares, levei meus filhos para vacinar porque precisamos apresentar atestado de vacinação para a escola. Entre as faltantes, reforço de febre amarela e vacina da gripe. Aproveitei e tomei também a minha dose.

Quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Meu filho mais novo teve confraternização na escolinha de futebol. Estava um dia muito quente e ele jogou bola a manhã inteira, almoçou e participou de uma gincana na parte da tarde. Choveu, eles ficaram brincando na chuva. Ele chegou em casa super cansado, tomou banho e dormiu sem comer.

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Sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Meu filho acordou vomitando. Era só água, não tinha comido nada. Reclamou de dor de cabeça e ficou o dia todo deitado. Quando cheguei do trabalho, ele estava com febre de 39,8°. Pensei: deve ser insolação. Dei umas gotas de dipirona, falei pra ele tomar um banho morninho e saí para um compromisso. Ele ligou para minha irmã avisando que ele estava doente e mesmo assim eu tinha saído. Quando voltei, ele estava sem febre. Dormi na cama com ele.

Sábado, 18 de dezembro de 2021
Meu filho acordou com dor de garganta e febre, achei melhor levar no médico, que disse que era faringite. Receitou antibiótico, anti-inflamatório e remédio para baixar a febre. A tarde ele já estava bem melhor e foi no aniversário de uma amiga.

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Domingo, 19 de dezembro de 2021
Meu filho continua com febre. Deixei ele deitado no meu quarto e assistimos alguns filmes, nenhum digno de recomendação. Li as primeiras notícias sobre epidemia de gripe, mas como nos vacinamos fiquei tranquila. O nariz do meu filho sangrou muito, reforçando minha ideia de insolação.

Terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Acordei cedo, arrumei as malas. Depois do almoço, pegamos a estrada para Santa Cruz do Rio Pardo, onde mora a vó dos meus filhos. Passando Guarapuava, comecei a ter febre bem alta, passando dos 39°. Decidimos dormir em Ponta Grossa.

Quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Chegamos na casa da avó dos meninos comigo e o meu filho com bastante febre. Passamos o dia de cama até segui viagem para a casa dos pais do meu conge (SIC), que são bem idosos.

Quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Mesmo com febre, fui em um encontro de amigos onde tinha mais de 20 pessoas, que me abraçaram. Ao menos não tirei a máscara. Tenho uma tosse como se fosse alérgica, mas que dói o peito, então evito tossir.

Sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
Meu filho mais velho começou a ter febre. O mais novo e eu já estamos melhores. Viajamos para a casa da minha irmã passar o Natal com a família dela e com a minha mãe.

Segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Meu filho mais velho completou quatro dias de febre, vomito, sangramento de nariz e dormindo. Como vai ter festinha de aniversário no meu sobrinho, minha irmã o levou testar para covid e o resultado foi negativo. Seguimos com os planos da festinha, com cerca de 30 convidados, entre adultos e crianças.

Sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Minha irmã acordou com sinusite e nenhum remédio tira a dor de cabeça dela. Passou o dia de cama, mas levantou para a festa de Ano Novo, quando recebemos alguns amigos.

Domingo, 2 de janeiro de 2022
Meu sobrinho acordou com muita febre, que não se controlou com dipirona, nem com ibuprofeno. A noite, minha irmã o levou para o hospital, que testou para covid e gripe. Resultado: positivo para H3N2.

Depois disso, minha mãe e cunhado também tiveram a gripe que, em mim, foi responsável por sintomas mais fortes que a covid, quando me contaminei em julho de 2021, ainda sem nenhuma dose da vacina.

É claro que a covid, em quem não tomou todas as doses de vacina, é mais letal. Contudo, o modo de prevenção das duas doenças é o mesmo: higienização das mãos com álcool 70%, uso de máscaras e isolamento no caso de sintomas. Fazer o teste também é interessante para comprovar e evitar a disseminação da doença no caso de resposta positiva à infecção.

Logo, nos próximos meses, teremos um imunizante contra a mutação dessa cepa da influenza, assim como ocorre todos os anos. Enquanto isso, não façam como eu, que fui negligente.

Ainda bem que, hoje, todos estamos bem. Mas subestimar o vírus estragou as férias de toda a minha família.

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1 comentário
  1. Marial Diz

    Na verdade, ainda parece que agimos como antes de 2020. E isso levando-se em conta que somos conscientes da situação!
    Os sintomas gritam para nós…a Covid 19 está na ativa, sim senhor/a, assim como a H3N2..
    Ainda bem que tudo ficou e está bem! Abraços fraternos e carinhosos a vc e à sua família!
    Sou sua fã.

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