Você conhece a queratose pilar?

Conhecida como “doença da pele de frango” – apesar de não ser uma doença –, essa é uma condição que provavelmente você já viu, mas não sabia que tinha esse nome

Provavelmente você já conheceu alguém (ou esse alguém seja você) com a parte superior do braço cheio de bolinhas endurecidas, que parecem espinhas. Por vezes, essas bolinhas também podem estar nas coxas, glúteos e bochechas, embora com menos frequência. O aspecto é parecido com a pele de um frango depenado, que fica áspera. Muitas vezes essa é uma condição confundida com alergia de contato, mas que nunca desaparece. Conhece alguém assim?

O nome disso é queratose pilar – ou ceratose pilar -, uma condição benigna de alteração da camada mais superficial da pele e que afeta cerca de 40% das pessoas.

Conforme a médica dermatologista Vanessa Sokoloski Schirr, essas bolinhas (ou pápulas, como chamam os especialistas) ocorrem como resultado do acúmulo de queratina, a proteína que protege a pele, que bloqueia a abertura dos folículos capilares, causando aspecto de pele áspera. “Qualquer pessoa pode ser suscetível, mas é mais comum em crianças e adolescentes, geralmente aparecendo na infância e adolescência e desaparecendo espontaneamente após os 30 anos”, explica.

Muita gente acredita que as pápulas tenham a ver com questão de higiene, hipótese que é completamente descartada pela médica. “É importante frisar que esta condição é benigna, não pode ser evitada ou curada”, avalia.

Vanessa diz que essa não é uma condição grave e, em geral, o tratamento não é necessário. “Mas, em alguns casos, quando a condição causa muito incômodo devido a condição estética, coceira e foliculite associada, então indicamos tratamento”, esclarece.

Nesses pacientes que sentem desconforto pela textura mais áspera ou pela coceira, a médica diz que possível minimizá-lo com o uso de hidratação diária e ativos apropriados. “Recomendo hidratação da pele diariamente, banhos mornos e curtos, esfoliar a região semanalmente durante o banho, evitar roupas apertadas e de tecidos sintéticos, que aumentam a fricção e pioram o quadro de oclusão folicular”.

A médica reforça que a esfoliação pode ajudar, mas desde que realizada de forma espaçada, com frequência de uma vez por semana, pois ajuda a liberar a queratina que está logo abaixo da pele.

Quando a hidratação por si só não está apresentando bom resultado, Vanessa diz uma opção é utilizar alguns ativos, elaborando fórmulas mais específicas para cada indivíduo. “Por exemplo, ácidos que podemos prescrever para adultos não são utilizados em crianças”, alerta.

Vanessa chama atenção para algo tentador: “Não se deve apertar as bolinhas pelo risco de causar manchas na pele, além de foliculite associada”. Entendeu?

Vanessa Sokoloski Schirr é médica dermatologista. CRM-PR 34434
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