Padre Judinei Vanzeto
Nesta última terça-feira, dia 16 de agosto de 2022, foi feriado municipal em Coronel Vivida pelo seu padroeiro São Roque. Olhando para a imagem de nosso padroeiro, partilho com você sete lições para nossos dias.
1. Desprendimento por causa de Jesus. Quando seus pais morreram, ele doou toda a sua herança aos pobres e foi para a Itália, viver na pobreza. Lá, procurou viver uma vida de caridade, dedicando-se aos pobres, doentes e inválidos. Doou a própria vida.
2. Presença e manifestação de Deus através da natureza. Em Roma, Roque foi viver nas catacumbas onde contraiu a peste negra. Para não ocupar um leito no hospital, foi para a floresta e arrumou um lugar para esperar sua morte. Ao tomar banho numa fonte perto de onde estava, sentia alivio e começou a melhorar. Um cão vinha todos os dias trazer-lhe um pedaço de pão e lamber-lhe as feridas. Ele ficou curado. Deus cura o por meio de uma fonte d’água e um cão. Muitos milagres começaram a acontecer. Todos que estavam com a peste eram curados somente com a oração e o toque de São Roque. Através dele milhares de pessoas foram curadas. Nestes tempos ainda estamos passando por uma pandemia que feriu o mundo peçamos sempre sua intercessão pedindo saúde e paz.
3. Vestimenta de São Roque. Simboliza a humildade, a simplicidade e a pobreza. Uma vida simples e pobre pela qual optou ao distribuir seus bens aos pobres e tornar-se um peregrino e missionário.
4. Cajado de São Roque. O cajado de São Roque simboliza sua vida de peregrino, caminhante missionário. O cajado é um apoio nas caminhadas e uma segurança. Por isso, o cajado simboliza também a Palavra de Deus e a própria presença de Deus, na qual ele se apoiava.
5. Cuia de São Roque. No alto do cajado há uma cuia amarrada. Ela relembra a fonte e a água que São Roque bebeu até ficar curado. Ela simboliza a Água Viva que é o Espírito Santo, que habita em nós e nos envia em missão. A cuia simboliza também o dom de cura que agia através de São Roque. O dom de cura é um dom dado pelo Espírito Santo, a Água Viva de Deus. Nos nossos dias lembra a necessidade de cuidarmos das fontes d’água. A água é vida e criatura divina que precisa ser cuidada.
6. Perna ferida. A ferida na perna de São Roque nos fala do sofrimento que ele viveu em decorrência de sua doença. Esta ferida simboliza o sofrimento humano, a dor, a doença e a esperança confiante em Deus. Passamos por um tempo de pandemia e estamos aqui, mas muitos dos membros de nossa comunidade, infelizmente, suas vidas foram tolhidas precocemente. Fica nossa oração e solidariedade às famílias enlutadas.
7. Cão ao lado de São Roque. O cão lembra o cão amigo, usado por Deus, para socorrer São Roque no momento mais difícil de sua vida. Ele simboliza a providência divina e o socorro de Deus que, de todas as maneiras, através dos mais diferentes meios, providencia aquilo de que precisamos, desde que seja a vontade do Pai. É um estímulo para que confiemos na providência divina, que está atenta às nossas necessidades e não nos abandona. No tocante as obras de reforma da igreja matriz, Deus prove, desproverá. Além disso, no final dessa celebração nós três padres vamos dar a bênção aos animais domésticos, lembrando que cada bichinho é uma criatura de Deus e deve ser cuidada, porém não podemos dar mais valor aos animais em detrimento ao ser humano. Não vamos humanizar as criaturas e colocá-las acima do ser humano.
Por fim, neste ano que celebramos a 68ª Festa de São Roque com o lema: “Com São Roque, em caminho sinodal na comunhão, participação e missão”. Queremos, portanto, seguir o exemplo de nosso padroeiro, bem como o apelo de Deus que clama por uma conversão pessoal, comunitária e social. A partir dessa celebração e a síntese da escuta sinodal realizada em nossas comunidades, juntamente com os conselhos econômico e pastoral, movimentos e pastorais, vamos continuar e aprofundar a experiência de um estado permanente de missão. Que São Roque interceda por nós.
Jornalista e Pároco