Plano Diretor do aeroporto de Pato Branco aponta para regionalidade do terminal

Por Marcilei Rossi e Mariana Salles

Esta semana, o prefeito de Pato Branco, Robson Cantu, e o secretário municipal de Desenvolvimento, Marcos Colla, foram recebidos, em Curitiba, pelo secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, acompanhado dos deputados estaduais Guto Silva e Luiz Fernando Guerra, para a entrega da documentação do Plano Diretor (PDIR) para o Aeroporto Regional de Pato Branco.

Contratado pelo Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística, executado pelo DER-PR em conjunto com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (SEIL), e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, o Plano Diretor Aeroportuário foi elaborado com o propósito de prover o Aeroporto de um plano capaz de orientar seus gestores a implantar facilidades, pensando na sua funcionalidade, operacionalidade, segurança e racionalidade, visando resultados empresariais a médio e longo prazos.

Conforme Colla, trata-se de diversos estudos realizados que preveem as possíveis transformações do aeroporto e seu entorno em um horizonte de tempo de 20 anos. “Esse conjunto de documentos trata de diversos aspectos relativos a infraestrutura e a operação do aeroporto regional de Pato Branco até 2042, inclusive da possibilidade de aumento de demanda de usuários e como o município ou o mantenedor do aeroporto precisa incluir isso no plano de manutenção”, explica o secretário municipal.

Esse documento projeta a expansão do Sítio Aeroportuário e de sua composição para atender a classe operacional IFR (Instrument Flight Rules – Voo por Instrumentos) para atender aeronaves de faixa 5, como o B737-8001. As intervenções propostas para esta fase de desenvolvimento tratam das necessidades para atender as demandas de tráfego previstas para até o ano de 2042, conforme planejamento e acompanhamento periódico do nível de serviço pelo operador aeroportuário.

No caso de obras de ampliação, diz Colla, ele foi fundamentado nas normas da aviação civil. “Esse estudo é sustentado pelas diretrizes da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], o município já tem conhecimento disso e a consultoria que assessora o aeroporto de Pato Branco também, então usaremos essas ferramentas que recebemos para dar seguimento ao projeto de ampliação do nosso aeroporto regional”, enfatiza.

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Secretário Marcos Colla

Encaminhamentos

Conforme o secretário, ainda é precoce falar de encaminhamentos, já que o documento demanda um estudo mais aprofundado. No entanto, como o início do ano fiscal do governo estadual começa ao final do mês de fevereiro, o município terá condições, em breve, de efetuar um convênio com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, que será responsável por fazer o repasse dessa verba pleiteada pelos deputados Guto Silva e Guerra. “Esse convênio dará condições de seguir com os trâmites para licitação dos projetos relativos à ampliação do aeroporto e, posteriormente, para a licitação para a execução das obras que serão definidas preliminarmente por esses projetos”, avalia.

Colla observa que, pelos controles feitos pelo Departamento de Transporte Aéreo, a frequência e a intensidade de uso dos voos que passam por Pato Branco, especificamente da empresa Azul, tem se mostrado muito mais intenso no processo de retomada do que na época pré-pandemia. “Para o mês de abril, teremos a retomada dos voos de domingo a sexta-feira, e precisamos acompanhar como será essa frequência para estabelecer uma média. Mas o que nós percebemos, até pela análise superficial que fizemos dessa documentação recebida, é que o Estado tem pleno conhecimento de que o aeroporto Juvenal Loureiro Cardoso, mesmo estando em Pato Branco, é o terminal que pode, e já está, atendendo toda a região Sudoeste”, ressalta.

O secretário diz que o aeroporto de Pato Branco é citado nesse relatório como um instrumento estratégico para o desenvolvimento do modal aeroviário na nossa região. “Naturalmente que, para o futuro, se prevê a ampliação da capacidade que temos, e também a inclusão de novos destinos na nossa malha aérea, a partir de Pato Branco para centros como Curitiba, São Paulo e talvez até alguns outros destinos. As perspectivas que são validadas por esse documento é de que o aeroporto regional de Pato Branco se consolidará e, por isso, o projeto de ampliação, sustentado plano diretor que nos foi entregue pelo Estado do Paraná, deve seguir em frente”, afirma.

Critérios

Para sua elaboração, o PDIR seguiu alguns critérios que visam o atendimento adequado da demanda por transporte aéreo. Entre eles:

  • Flexibilidade: o aeroporto deve ser flexível e expansível, capaz de atender ao crescimento da demanda por transporte aéreo e novos tipos de aeronaves, quais sejam
  • Eficiência: otimizar a operacionalidade, a funcionalidade sistêmica e a segurança de infraestrutura aeroportuária e da navegação aérea
  • Racionalidade – compatibilizar os custos de implantação, de operação, de manutenção e de administração, com as realidades local, regional e nacional, maximizando resultados empresariais, priorizando a aplicação de recursos financeiros em investimentos que otimizem a operacionalidade e que tragam maior retorno econômico-financeiro.

Objetivos

O planejamento geral para o desenvolvimento do aeroporto, compatível com as necessidades atuais e potenciais de crescimento, atendeu aos objetivos abaixo relacionados:

– Pensou na ocupação do sítio aeroportuário para a sua capacidade máxima;

– Apresentou um cronograma de implantações para atender às intervenções necessárias dentro do horizonte de planejamento de 20 anos, adequando cada fase de crescimento à configuração final prevista;

– Otimizou a capacidade do aeroporto, buscando o equilíbrio entre as necessidades do tráfego aéreo do aeroporto, as restrições urbanas e ambientais do seu entorno e os sistemas terrestres de acesso;

– Apresentou estudos de demanda por tráfego aéreo do aeroporto;

– Considerou as características urbanas da região e do entorno, apresentando alternativas de forma a agregar valor social, ambiental e econômico à comunidade diretamente e indiretamente atingida;

– Maximizou a vida útil do aeroporto.

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