O Ibovespa fechou esta sexta-feira (26) em alta de 0,09%, aos 145.446,66 pontos, após um pregão marcado por baixa liquidez e lateralização. Apesar do sinal oposto ao de Nova York, o índice conseguiu sustentar-se no patamar dos 145 mil pontos. Na semana, acumulou queda de 0,28%.
O movimento refletiu a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos, que subiu 0,3% em agosto, em linha com as expectativas, além da cautela dos investidores com o cenário político brasileiro.
Desempenho das ações
Entre os destaques do pregão:
- Petrobras (PETR3, PETR4): queda de 0,62% e 0,33%.
- Vale (VALE3): recuo de 1,92% com a baixa do minério.
- Bancos: alta em bloco.
- Braskem (BRKM5): forte queda de 14,80% após anunciar contratação de assessores para reavaliar sua estrutura de capital.
O giro financeiro do dia foi de R$ 15,8 bilhões. O Ibovespa futuro de outubro avançava 0,01% às 17h18, cotado a 146.410 pontos.
PCE nos EUA e reflexos no mercado
O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, subiu 0,2% em agosto, acumulando alta de 2,9% em 12 meses — mesmo patamar de julho. O resultado reforça a visão de que o Federal Reserve deve manter os cortes de juros planejados para este ano, ainda que de forma cautelosa.
Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, “um PCE de 0,3% no mês e 2,7% ao ano, com núcleo em 2,9%, confirma desaceleração lenta e mantém o Fed em modo cauteloso, mesmo após o primeiro corte. Para o Brasil, o efeito é um Ibovespa mais seletivo”.
Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, “os números dificilmente mudam a rota do Fed, que já sinalizou dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim do ano”.
Política e cautela do investidor
O cenário político também influenciou o mercado. As especulações sobre uma possível desistência de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026 adicionaram cautela. Para Felipe SantAnna, da Axia Investing, “entregar São Paulo para um eventual candidato de esquerda seria muito ruim para o mercado financeiro, e a confirmação da desistência pode pesar sobre a Bolsa”.
Dólar e juros futuros
No câmbio, o dólar comercial caiu 0,51%, cotado a R$ 5,3376, enquanto o dólar futuro para outubro recuava 0,54%, a R$ 5,341. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,32%. O Dollar Index (DXY) cedeu 0,41%, a 98,15 pontos.
Segundo Bruno Shahini, da Nomad, a queda do dólar reflete a percepção de desaceleração da inflação americana e o ingresso de mais de US$ 4 bilhões líquidos em setembro no mercado brasileiro.
Os juros futuros (DIs) fecharam em queda, acompanhando o alívio externo:
- Jan/26: 14,900% (de 14,895%)
- Jan/27: 14,045% (de 14,070%)
- Jan/28: 13,345% (de 13,365%)
- Jan/29: 13,235% (de 13,250%)
Wall Street
Em Nova York, os índices encerraram o pregão em alta, mas acumularam queda na semana:
- Dow Jones: +0,65%, a 46.247,29 pontos
- Nasdaq 100: +0,44%, a 22.484,06 pontos
- S&P 500: +0,59%, a 6.643,70 pontos



