O avanço das ondas de calor intensas, agravadas pelas mudanças climáticas, desafia o funcionamento natural do corpo humano e aumenta riscos especialmente para idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Nestes episódios, a mortalidade cresce significativamente entre os chamados grupos vulneráveis. A hipertermia – quando a temperatura corporal ultrapassa 40°C – pode evoluir para colapso neurocirculatório, condição grave e potencialmente fatal.
Principais medicamentos que aumentam a vulnerabilidade ao calor
Certos medicamentos de uso rotineiro comprometem os mecanismos de termorregulação do organismo, elevando os riscos em períodos de calor extremo:
- Diuréticos (para pressão alta ou problemas renais): aumentam a perda de líquidos, favorecem a desidratação, quedas de pressão e desmaios.
- Anti-hipertensivos: reduzem a sensação de sede e a dilatação dos vasos sanguíneos, dificultando a dissipação de calor e ampliando o risco de desidratação.
- Antidiabéticos, como metformina e inibidores SGLT2: aumentam a eliminação de fluidos corporais, tornando os primeiros sintomas da hipertermia menos perceptíveis. O calor pode ainda diminuir a eficácia da insulina se mal armazenada.
- Medicamentos psiquiátricos e neurológicos: reduzem o suor e a sensação de sede, dificultando a reposição hídrica e a dissipação térmica, e aumentam o risco de hipertermia e desidratação.
- Anticolinérgicos (por exemplo, usados na doença de Parkinson): podem elevar a temperatura corporal, agravando o quadro em exposições prolongadas ao calor.
- Estimulantes prescritos para TDAH (metilfenidato), além da quetiapina, também contribuem para o aumento da temperatura corporal e agravamento dos sintomas em crianças hiperativas.
Recomendações e cuidados para pacientes de grupos vulneráveis
Especialistas destacam que, mesmo com esses riscos, nenhum medicamento deve ser suspenso sem orientação médica. É fundamental manter boa hidratação, priorizar ambientes ventilados, evitar exposição solar nos horários de maior calor e monitorar sinais de hipertermia como confusão mental, pele quente e seca, tontura e falta de suor.
Vizinhos, familiares e profissionais da saúde devem ampliar o suporte na monitoria de idosos, crianças e pacientes com condições psiquiátricas ou cardiovasculares nos períodos de calor intenso.
Fonte: Agência Einstein





