Pato Branco alerta sobre planta tóxica que mata abelhas e beija-flores

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pato Branco emitiu uma nota técnica alertando a população sobre o manejo e erradicação da tulipeira-do-gabão (Spathodea campanulata), espécie exótica invasora no Estado do Paraná, conforme a Portaria IAP nº 59, de 15 de abril de 2015.

Em alinhamento à diretriz estadual e às boas práticas de gestão ambiental urbana, o secretário municipal de Meio Ambiente, Vicente Lucio Michaliszyn, recomenda que os exemplares existentes sejam erradicados mediante corte raso e destruição dos restos vegetais, e que não sejam realizados novos plantios da espécie no município. A orientação também prevê a substituição gradativa e responsável dos exemplares existentes por espécies nativas adequadas ao contexto urbano local.

Planta oferece risco comprovado aos polinizadores nativos

A orientação técnica tem por base evidências científicas que apontam risco aos polinizadores nativos, especialmente abelhas sem ferrão, e também a outras espécies, como o beija-flor.

Segundo Luryan Tairini Kagimura, chefe da Divisão de Políticas Ambientais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, estudos experimentais registraram aumento de mortalidade de operárias do gênero Melipona quando expostas ao néctar e ao pólen de Spathodea campanulata, sugerindo a presença de compostos com efeito tóxico.

Há também registros técnico-científicos de abelhas nativas encontradas mortas no interior das flores dessa espécie em ambientes urbanos. A proteção de polinizadores é essencial para a manutenção dos serviços ecossistêmicos e para a segurança alimentar. Por essa razão, adotou-se abordagem preventiva, recomendando a não introdução de novos indivíduos e a substituição planejada de árvores existentes.

Cuidados no manejo e destinação adequada de resíduos

Recomenda-se que a substituição de Spathodea campanulata seja programada preferencialmente antes da frutificação, com o objetivo de reduzir a dispersão de sementes. Os resíduos de poda, flores, frutos e sementes devem receber destinação ambientalmente adequada, evitando-se o uso em compostagem. Também é necessário monitorar e controlar possíveis rebrotas após o manejo.

Recomendações para moradores, meliponicultores e apicultores

Para áreas residenciais e institucionais, orienta-se a priorização de espécies arbóreas nativas que conciliem bem-estar urbano, segurança e benefícios à fauna polinizadora.

Para meliponicultores e apicultores, recomenda-se evitar a manutenção de colmeias na vizinhança imediata de exemplares floridos de Spathodea campanulata, mitigando a exposição das abelhas aos seus recursos florais.

O secretário destaca que a nota tem caráter informativo e preventivo, com o objetivo de apoiar a população, instituições e profissionais na adoção de práticas de arborização compatíveis com a conservação da biodiversidade e a segurança ambiental no meio urbano.

Santa Catarina também proibiu a espécie por lei estadual

A tulipeira-do-gabão compromete o equilíbrio dos ecossistemas e é tão letal que outros estados também estão adotando medidas de erradicação. Santa Catarina, por exemplo, lançou a campanha “Flora Exótica Tóxica para Fauna – Espatódea”, que alerta sobre os riscos ambientais da árvore Spathodea campanulata, conhecida também como espatódea, bisnagueira ou tulipeira-do-gabão.

A ação catarinense reforça o cumprimento da Lei Estadual nº 17.694/2019, que proíbe a produção, o plantio e a manutenção da espécie em todo o estado.

Dúvidas podem ser esclarecidas pela Secretaria de Meio Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pato Branco ressalta que dúvidas sobre o manejo, substituição e erradicação da tulipeira-do-gabão podem ser esclarecidas através do telefone (46) 3220-1574.

A orientação visa proteger a fauna polinizadora, preservar o equilíbrio ecológico urbano e promover a arborização sustentável no município.