O Ibovespa encerrou em leve baixa nesta quarta-feira (12), interrompendo uma impressionante sequência de quinze pregões consecutivos de valorização — a maior deste século. Após dezesseis sessões desde o último fechamento no vermelho, registrado em 21 de outubro, o principal índice da B3 caiu 0,07%, aos 157.632,90 pontos, uma perda de 115,70 pontos.
Durante o pregão, chegou a tocar a mínima de 156.559,71 pontos, mas recuperou fôlego no fim da sessão. Ainda assim, não conseguiu manter a sequência positiva.
Dólar sobe e DIs seguem em baixa
O dólar comercial avançou 0,37%, cotado a R$ 5,292, após cinco quedas consecutivas. O movimento refletiu ajustes técnicos e realização de lucros, apesar da continuidade das quedas nas taxas dos juros futuros (DIs).
Enquanto isso, o mercado global manteve-se volátil, influenciado por incertezas em relação à política fiscal dos Estados Unidos e às perspectivas para o setor de tecnologia.
Wall Street fecha sem direção única
Os principais índices de Wall Street tiveram desempenho misto. O Nasdaq, pressionado pelas ações de tecnologia, voltou a cair, mesmo com a alta da Advanced Micro Devices (AMD). A fabricante de chips anunciou uma meta ousada de US$ 100 bilhões em receitas anuais com data centers, buscando ampliar sua presença no mercado de inteligência artificial dominado pela Nvidia.
O Dow Jones atingiu novo recorde, impulsionado pela expectativa de aprovação no Congresso americano que pode encerrar a mais longa paralisação do governo dos EUA.
“Estamos atualmente no período de paralisação mais longo da história”, declarou à CNBC Joshua Chastant, gestor da GuideStone Funds. Segundo ele, o mercado monitora a retomada das publicações de dados econômicos e os impactos do impasse fiscal.
Galípolo reforça discurso técnico do Banco Central
No Brasil, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de dois eventos ao longo do dia. Ele reiterou que as próximas decisões da autoridade monetária seguirão baseadas em dados econômicos e não sinalizou mudanças imediatas na política de juros. “Os dados é que vão guiar o BC”, reforçou Galípolo, em linha com o discurso técnico de prudência adotado pela instituição.
Queda do Banco do Brasil puxa setor financeiro
O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,85%, antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025, prevista para após o fechamento do pregão. A postura cautelosa dos investidores refletiu a expectativa de desempenho mais fraco no segmento bancário.
O Bradesco (BBDC4) recuou 0,26%, o Itaú Unibanco (ITUB4) desvalorizou 2,28%, e o Santander (SANB11) caiu 0,03%.
A Petrobras (PETR4) também recuou 2,56%, acompanhando a queda dos futuros do petróleo no exterior, pressionados por temores de excesso de oferta. Apesar da perda, casas de análise mantiveram recomendação de compra para o papel, com base no desempenho do terceiro trimestre e na expectativas para o próximo Plano de Negócios.
Minério de ferro impede queda maior
A baixa do Ibovespa só não foi mais intensa graças à valorização da Vale (VALE3), que subiu 1,11%, acompanhando a alta do minério de ferro na China em meio à expectativa de novos estímulos econômicos. O movimento também beneficiou as siderúrgicas, com destaque para Gerdau (GGBR4), que avançou 0,79%.
B3 e Gol se destacam entre balanços
Entre as empresas que divulgaram resultados, o destaque positivo foi a B3 (B3SA3), que subiu 4,36% após reportar lucro robusto no 3º trimestre de 2025, impulsionando o entusiasmo do mercado.
A Gol (GOLL54) disparou 13,40% fora do índice, surpreendendo analistas com custos abaixo do previsto no trimestre. Já a CVC (CVCB3) caiu 8,33% após anunciar redução no ritmo de abertura de lojas. A Vamos (VAMO3) recuou 2,65%, pressionada por custos elevados e alto nível de alavancagem.
Expectativa para dados do varejo
Com o setor de serviços tendo crescido 0,6% em setembro, acima das previsões, os investidores aguardam nesta quinta-feira (13) a divulgação dos dados de vendas do varejo, que devem fornecer um panorama mais completo da atividade econômica no terceiro trimestre.





