Compra de uniformes escolares em Paranaguá levanta suspeitas de superfaturamento e falta de transparência

A contratação de uniformes escolares pela Prefeitura de Paranaguá em 2025 está sob questionamento por indícios de irregularidades e possível prejuízo aos cofres públicos.

O município desembolsou R$ 5,6 milhões para adquirir 14.189 peças de vestuário, valor significativamente superior ao gasto em 2024, quando foram comprados 15 mil itens por R$ 3,6 milhões — uma diferença de mais de R$ 2 milhões, mesmo com menor volume e inflação controlada.

A compra foi realizada sem licitação, por meio de adesão a uma ata de registro de preços de um consórcio de Minas Gerais, o CIDRUS, o que levanta dúvidas sobre a legalidade do procedimento e a ausência de concorrência local. Em 2024, a aquisição foi feita via Consórcio CISMEL, do Paraná, com valores mais vantajosos.

Outro ponto controverso envolve a declaração da secretária municipal de Educação, que afirmou que a contratação beneficiaria empresas locais. No entanto, a fornecedora escolhida, Reymatex Distribuidora Têxtil, tem sede em Poços de Caldas (MG), o que contradiz a justificativa apresentada.

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Pagamentos

Além disso, os pagamentos à empresa foram realizados em tempo recorde, conforme registros disponíveis no Portal da Transparência do município, com empenhos emitidos no fim de junho e liquidados já em agosto.

As circunstâncias da contratação estão sendo analisadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), por meio da Representação nº 633473/2025, publicada em 16 de outubro no Diário Oficial do Estado.