Desde que Rogério Caboclo foi afastado temporariamente do cargo pelo Comitê de Ética da CBF – ele é acusado por uma funcionária de assédios moral e sexual -, alguns vice-presidentes têm sido vistos com mais frequência na entidade e em jogos da seleção.
Ednaldo Rodrigues e Fernando Sarney já eram habitués na sede, e nas últimas semanas têm praticamente batido ponto por lá – Sarney ficou um tempo afastado se recuperando da covid-19. Além deles, claro, outro que tem estado com frequência no prédio da Barra da Tijuca é o coronel Antônio Carlos Nunes, que está na presidência interina. Outros dois vices, Gustavo Feijó e Francisco Novelletto, também apareceram na CBF nas últimas semanas. Antes, a preferência era por reuniões à distância.
Mais do que uma tentativa de mostrar que a CBF não está acéfala, a presença dos vices serve também para demarcar território. Caso Rogério Caboclo não consiga retomar a presidência, uma nova eleição será convocada para definir o novo mandatário para um mandato tampão, válido até abril de 2023. E, nesse caso, apenas os atuais vices, incluindo o coronel Nunes, poderiam concorrer.
Afastado desde 4 de junho, Rogério Caboclo ainda tem esperanças de retomar o cargo. Ele aguarda por uma decisão do Comitê de Ética, que tem até o dia 4 de julho para se manifestar. O órgão poderá afastá-lo por mais 30 dias ou recomendar seu afastamento definitivo. Nesse caso, caberá às 27 federações estaduais decidirem – são necessários 3/4 dos votos – se Caboclo fica ou é destituído do cargo.
Nos últimos dias, Caboclo tem mantido contato com dirigentes estaduais em busca de pelo menos sete votos para mantê-lo na presidência. Apesar de ele insistir na sua inocência, todos na CBF acham improvável que ele consiga reunir o apoio necessário devido à natureza das acusações.
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