Ademilson Carvalho Santos
Ainda quando espermatozoides concorremos contra outros para chegar em um ambiente no qual possamos nos desenvolver e crescer. Por meses desenvolvemo-nos em um espaço único ou compartilhado com outros que não ficaram para trás, mas totalmente dependentes de pessoas externas para sobrevivermos nesse ambiente.
O fato é que desde o início, desde a concepção, vivemos em um meio social totalmente dependente de outros para manutenção de todos. Alguns nunca passarão da concepção, dependendo da influência que for emanada das formas de controle social que são impostas ao recém concebido. Enquanto outros já receberão, desde o ventre influências as quais permearão suas escolhas no futuro. Inevitavelmente o controle social formal e informal exercesse influência direta sobre todos, antes mesmo de nascerem.
Não sendo impedido de vir ao mundo, cada indivíduo será único e se construirá para uma vida pessoal e interpessoal conforme suas próprias percepções a partir do meio social a qual pertence enquanto contempla e é influenciado por outros mais distantes. Desta forma, a humanidade vive em sociedade, contudo “só é possível viver em sociedade se forem respeitadas algumas regras” essas regras podem advir do controle social formal ou informal. Segundo Santos (2022), as formas de controle social são regras inevitáveis e necessárias para o desenvolvimento humano;
Inevitavelmente as condutas humanas necessitam de parâmetros a serem seguidos. Parâmetros advindo de diretrizes de conduta social que sejam compartilhadas na sociedade a partir dos costumes, das famílias, das crenças, dos valores etc., como uma espécie de controle informal, ou parâmetros advindos de normas, leis institucionalizadas, como uma espécie de controle formal.
Sendo assim, “a humanidade prosperou vivendo em sociedade, há centenas de milhares de anos”. Contudo, para evitar o caos social é preciso saber conviver em sociedade, de acordo com Emile Durkheim.
O controle social informal tem um papel preponderante para que a sociedade não entre em colapso e não se torne um verdadeiro caos social, pois busca harmonizar as relações evitando os conflitos. Como instrumentos ou meios de controle social informal, dentre vários, podemos destacar as famílias, os clubes de serviço, a igreja, a escola, a profissão, as instituições em geral, a opinião pública etc. Ademais, este tipo de controle está relacionado “à internalização dos valores e normas decorrente do processo de socialização, pelo qual as potencialidades comportamentais do indivíduo passam a se estreitar na medida do aceitável pela normalidade de seu grupo”. Sendo assim, o controle social informal busca ser um parâmetro para os comportamentos moralmente aceitos para as relações. Dentre os controles informais, anteriormente citados, destaca-se 3 (três); A família, por ser a base da sociedade, A religião, por ser o controle informal que mais propõe mudança e A opinião pública, pelo papel que diz desempenhar ao querer representar a opinião das pessoas que compõem uma sociedade.
A família é um importante meio de controle social informal, entretanto “a influência de uma família mal dirigida é dilatada, e desastrosa a toda a sociedade. Acumula uma onda de males que afeta famílias, comunidades e governos”.
A Religião é fundamental, pois “permite um conhecimento maior dos valores que envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores éticos”. É a religião que busca pautar condutas e costumes a partir de uma determinada crença, todavia o “extremismo religioso emerge como uma das principais problemáticas do cenário social e político da atualidade”.
A opinião pública pode ser definida, de forma simples, como um conjunto de ideias que representam melhor uma sociedade, porém quando eivada pelo populismo midiático e político, não representa os interesses sociais e ainda conduzem os movimentos sociais para os extremos, para autodestruição das bases éticas de sua própria relação, dais quais se destaca o respeito mútuo.
Apesar de sua importância e da influência que exerce, o controle social informal não tem poder coercitivo Estatal. Sendo assim, o controle social formal será acionado quando o informal não for suficiente para normalizar a relações da sociedade que estiverem em descompasso com os controles formalmente constituídos.
Deve-se destacar que o controle social formal, de certa forma, é a normatização de controles anteriormente informais que se fossem respeitados e seguidos como externalização do caráter não precisariam virar uma norma jurídica.
Cada indivíduo é único e à medida que crescemos passamos pelo processo da socialização, alguns comportamentos geram a recompensa e outros são punidos e todos são regulados por diretrizes socialmente impostas, portanto, diante dessas regras normatizadas ou não escolhemos ser o que somos.
Mestrando em Psicologia Criminal. Especialização em Psicologia Forense