Frequentemente, líderes empresariais têm a impressão de estarem muitas vezes simplesmente rodando em círculos, sem um ponto final. Uma reunião puxa a outra, um projeto aciona o outro. Por toda parte, quando algo não se desenvolve, eles precisam intervir. Sentem que estão num ritmo acelerado, como se estivessem sendo perseguidos. Chegam até a se perguntar, e onde fico eu nisso tudo? Será que ainda sinto sabor pela vida? Mas eles mesmos constatam que ficam de lado, já não contam. Aquelas pessoas que possuem uma postura responsável certamente não podem satisfazer todas as suas necessidades. Assumimos as responsabilidades pelos outros e isso acaba sendo também expressão de uma postura espiritual. Eu estou aqui para servir os outros. Renuncio a muitas coisas que poderiam imaginar como algo bom para mim e eu faço conscientemente.
Mas também aqui é preciso usar o bom senso. Se unicamente sirvo as outras pessoas sacrificando-me por elas, então exercendo meu papel como sacrifício, não permito que elas vivam sua própria vida. E isso precisa ser repensado. Se é mero sacrifício, imponho um ânimo agressivo que paralisa as outras pessoas. Eu só posso servir aos outros de maneira correta quando me relaciono comigo mesmo de modo correto. Quando não projeto minhas necessidades reprimidas sobre as outras pessoas. E porque me trato de modo duro, também o faço com os meus colaboradores. Pessoas que são exigentes consigo mesmas, são exigentes com os outros. Pessoas que são duras demais consigo mesmas, são duras demais com os outros. Por isso é preciso perceber como está esta relação de você com você mesmo no seu exercício de liderança. Você está saboreando a tua vida ou está fazendo uma reunião depois da outra, carregando a vida e não se faz a pergunta final: No que vai dar tudo isso? É preciso se fazer essa pergunta.
Que a sua vida também possa ser uma expressão do amor que você conserva e cultiva dentro de você.
Padre Ezequiel Dal Pozzo
Comentários estão fechados.