A intenção de oração do Papa Francisco, no mês de agosto, foi pelos líderes políticos. O desejo de Francisco no qual pede aos políticos para que “estejam ao serviço de seu povo”. Nesse sentido o Papa Bergoglio cita o que disse São Paulo VI, que a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Falo da POLÍTICA com maiúsculas, não da politicagem. Falo da política que escuta a realidade, que está a serviço dos pobres, não da que está escondida em grandes edifícios com longos corredores. Falo da política que se preocupa com os desempregados e sabe muito bem como pode ser triste um domingo quando a segunda-feira é um dia a mais sem poder ir trabalhar. Se a vemos assim, a política é muito mais nobre do que aparenta.
As imagens que acompanham suas palavras querem contar exatamente isto, alternando situações de vida em dois contextos diversos: um, no qual as pessoas sobrevivem por conta própria (uma mulher refugiada, um adulto desempregado, crianças sem água, uma pessoa em situação de rua), e outro em que, ao contrário, encontraram uma resposta – às vezes de modo emergencial, às vezes permanente – aos seus problemas. O mundo sem boa política e o mundo com boa política.
Que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo
Agradeçamos aos muitos políticos que desempenham sua tarefa com vontade de servir, não de poder, todos seus esforços pelo bem comum. Rezemos para que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo, trabalhando pelo desenvolvimento humano integral, trabalhando pelo bem comum, cuidando dos que perderam seu emprego e dando prioridade aos mais pobres.
Os cristãos, especialmente os leigos, são chamados a participar da vida política, para poder construir uma sociedade mais justa e solidária. “Um indivíduo pode ajudar a uma pessoa necessitada, porém quando se une a outros para gerar processos sociais de fraternidade e de justiça para todos, entra no campo da mais ampla caridade, a caridade política”, reflete o Papa Francisco sobre este tema na encíclica Fratelli Tutti.
Quando um político não deixa espaço para o diálogo, a cooperação e o compromisso com a dignidade das pessoas – chaves que o Papa destaca na Fratelli Tutti, não se alcança o desenvolvimento integral da sociedade. Problemas como a fome e a pobreza, as guerras ou as crises ambientais, para citar alguns, são agravados por uma liderança política egoísta e ávida de poder.
Cartilha de Orientação Política 2024
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – do Regional Sul 2 – Estado do Paraná, uma vez mais oferece ao povo paranaense a Cartilha de Orientação Política, sobre as Eleições municipais 2024, já quase às vésperas em nosso calendário. O tema da Cartilha deste ano é “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), dividida em três partes: 1. A Igreja e a Sociedade; 2. Eleições Municipais; 3. Noções Básicas sobre a Política.
Uma pergunta aos eleitores: Será mesmo que política, religião e futebol não se discutem? Quando o assunto é política, religião ou futebol, costuma-se dizer que “não se discute”. Isso porque entendemos que discussão significa briga, confusão, gritaria. Porém, discutir pode ser um diálogo saudável, com escuta ativa e respeitosa do outro, no qual cada um apresenta suas ideias e seu ponto de vista. Sem assim, temas relacionados à política, religião e futebol ou qualquer outro, podem e devem ser discutidos. O outro que pensa e tem escolhas diferentes das minhas não é um inimigo que precisa ser derrotado, mas sim um irmão, digno de respeito pelas escolhas feitas livre e conscientemente. Isso é fato. Quando temos uma opinião formada sobre qualquer assunto e ela é uma verdade inquestionável, não é possível dialogar, então! (cf. Cartilha, pp. 2-3).
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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