Padre Lino Baggio, SAC
Quando Jesus fazia suas pregações em Israel, ao chegar ao poço de Jacó, poço não de água parada, mas uma mina de água corrente, ele senta para descansar. Nesse momento, chega ao poço uma mulher da cidade vizinha, Sicar, para tirar água e Jesus lhe pede de beber. Ela estranha que um homem judeu peça de beber a uma mulher samaritana, pois judeus e samaritanos evitavam relacionar-se. Com esse seu gesto, Jesus rompe duas barreiras: a religiosa e a social.
Desenvolve-se um diálogo entre eles e a uma observação da mulher ao pedido de Jesus, ele responde: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”.
A Samaritana, por não entender o que o estranho lhe dizia, deseja intensamente a água que Jesus lhe oferece pelo fato de que não precisaria mais voltar ao poço. O mesmo acontece conosco quando não somos iniciados na fé. Desejamos receber os sacramentos, mas não entendemos o seu significado e sua importância em nossa vida.
Continuando a reflexão, percebemos que Jesus, entendendo a ignorância espiritual da mulher, quer ajudá-la. O resultado do encontro não poderia ter sido melhor. A Samaritana, tendo ouvido Jesus, e desejosa de participar do culto verdadeiro, tornou-se missionária! Deixou seu balde e correu para anunciar a sua grande descoberta: o Messias chegou! A mulher despertou o interesse dos seus concidadãos de tal modo que conseguiu levá-los a Jesus.
Também nós somos convocados, pelo Batismo, a ouvir e anunciar os ensinamentos de Jesus. João nos transmite alguns princípios básicos sobre a forma de evangelização. Jesus conduzia a conversa, primeiro falando de uma necessidade física, para depois falar da necessidade espiritual. Não é preciso ter pressa quando se evangeliza. O processo de evangelização é gradual e permanente. Observando a aprendizagem da Samaritana, vê-se que ela foi entendendo passo a passo: primeiro, viu Jesus como um simples forasteiro judeu; depois, um profeta que revelou coisas de sua vida particular e, por último, o Messias.
Esse encontro de Jesus com a Samaritana é exemplo da maneira como Ele se faz conhecer àqueles que o procuram. Ele se faz conhecer gradativamente, como se dá na Iniciação à Vida Cristã. Primeiramente, através da experiência do encontro individual e pessoal com Jesus. Depois, pela transformação em vivência na comunidade.
Também nós, hoje, no processo da Iniciação à Vida Cristã, precisamos vivenciar os encontros que levam a uma experiência pessoal com Jesus, vivência na comunidade e testemunho de vida em Cristo.
Quero recordar a todos que no próximo domingo, dia 23 de outubro, celebraremos o Dia Mundial das Missões, cujo tema é “A Igreja é missão” e o lema “Sereis minhas testemunhas”(At 1,8). Além de fortalecermos a nossa paixão pela dimensão missionária da Igreja, assim como a Samaritana, também será feita uma coleta e a mesma repassada ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo. Não esqueça o seu envelope em casa.
Vigário Paroquial na Paróquia São Roque – Coronel Vivida