A situação oposta entre ambos não se restringe apenas ao aspecto anímico. Do ponto de vista físico, a disparidade entre ambos é grande. As duas equipes entraram em campo na quarta-feira, mas sob circunstâncias diferentes. O São Paulo escalou reservas na vitória sobre o Guarani, enquanto o Palmeiras disputou com os titulares em Brasília a final da Recopa Sul-Americana contra o Defensa Y Justicia. A partida se alongou até o início da madrugada com prorrogação e pênaltis.
A pressão pela vitória é maior do lado palmeirense por causa dos últimos resultados ruins. As derrotas nas finais da Supercopa, diante do Flamengo, e da Recopa, diante do time argentino, mostraram a debilidade da equipe nos momentos decisivos e a falta de tranquilidade para bater os pênaltis. A insegurança sobre o time chega em um momento crucial, às vésperas da estreia na fase de grupos da Libertadores.
Mesmo diante da necessidade de superar os dois vice-campeonatos, o Palmeiras terá de escalar uma formação reserva. A equipe titular ainda está desgastada e será preservada para a estreia na Libertadores diante do Universitario, no Peru. Antes da viagem para Lima, a equipe ainda vai enfrentar no domingo o Botafogo, em Ribeirão Preto.
Por isso, o técnico Abel Ferreira encara uma situação difícil sobre quem escalar e como lidar as duas derrotas nos pênaltis. “Temos de aguentar a dor, não há outra forma, temos que sofrer, que é o que sinto agora. Vai ser um ano duro, mas é aguentar, suportar e seguir em frente”, disse o português. Pelo menos no Estadual o Palmeiras faz campanha positiva e está invicto até o momento.
O São Paulo é quem conseguiu os melhores resultados desde a retomada do Paulista. O time do técnico argentino Hernán Crespo venceu São Caetano, Red Bull Bragantino e Guarani e também tem estreia na Libertadores marcada para semana que vem contra o Sporting Cristal, no Peru. Se o rival alviverde lamenta derrotas, a equipe do Morumbi contabiliza nos últimos dias algumas conquistas.
O clube promoveu a estreia de reforços, deu ritmo a garotos de base e conquistou resultados positivos. “Estou tranquilo porque o grupo é muito competitivo e sabe o que quer durante o jogo, porque demonstra identidade, demonstra garra, vontade de lutar. Os resultados são uma consequência”, disse Crespo. O time tem como grande dúvida para o clássico o atacante Luciano, em recuperação de problema na coxa.
TREINADORES – Os dois técnicos que estarão no clássico no Allianz Parque já tiveram a oportunidade de se enfrentar na Liga dos Campeões ainda quando eram jogadores. Na temporada 2006/07, o então lateral Abel, do Sporting, enfrentou duas vezes a Inter de Milão do atacante Crespo. Os encontros valeram pela fase de grupos e cada time venceu por 1 a 0 quando atuou como mandante. O curioso é que na partida disputada na Itália, o gol da vitória da Inter foi marcado por Crespo.
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