“As edições têm um viés mais prático, de fornecer partituras prontas para serem apresentadas pelas orquestras”, explica Ripper. Foi nesse contexto que surgiu o projeto em torno da ópera O Contractador de Diamantes, de Mignone, ou da edição da ópera Yerma, de Villa-Lobos.
O compositor também é fruto de uma parceria entre a ABM e a Max Eschig, editora francesa de suas obras. “Muitas das partituras estão editadas ainda no fac-símile dos manuscritos. Estamos revisando e preparando edições, no formato da Max Eschig, mas ficando com o direito das obras na América Latina”, explica Ripper.
No acordo com a Max Eschig, além da ópera Yerma, estão previstas edições de obras como os Choros nº 6, nº 7 e nº 10, Alvorada na Floresta Tropical, Bachiana Brasileira nº 9, Momoprecoce, Concerto para violão, Concerto para harpa e Rudepoema.
A Academia Brasileira de Música também realizou a edição de A Floresta do Amazonas, e a partitura seria usada em uma série de concertos na Europa, com regência da maestrina Simone Menezes, acompanhados de projeções de fotos de Sebastião Salgado. “O problema é que, durante a pandemia, pelo limite na quantidade de músicos no palco, a obra não podia ser feita. Então encomendamos uma versão de câmara para o maestro Abel Rocha e, com isso, os concertos poderão acontecer.”
Transcrição
Sobre A Floresta do Amazonas, foi feita recentemente uma descoberta por outra instituição, o Instituto Piano Brasileiro, dirigido por Alexandre Dias. Ele encontrou, no Museu Villa-Lobos, uma redução para piano solo de praticamente toda a obra, feita pelo próprio compositor (ficou de fora apenas a Melodia Sentimental, uma das canções que integra a partitura, que nasceu como trilha para o filme Green Mansions, protagonizado pela atriz Audrey Hepburn).
A versão para piano solo de outra das canções do ciclo, A canção do amor, foi agora gravada pela pianista Lucia Barrenechea no Instituto Villa-Lobos da UniRio e disponibilizada nas redes sociais do Instituto Piano Brasileiro na série Por dentro das partituras, em que é possível ouvir a peça e acompanhar o manuscrito original.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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