Redação com assessoria
A Associação Empresarial de Pato Branco (Acepb) promoveu na noite da quarta-feira (15), um encontro na sede da entidade, reunindo empresários do setor moveleiro, representantes do Poder Público municipal e diretores da entidade, para juntos buscarem soluções para a destinação correta dos resíduos industriais do setor.
Ocorre que a Prefeitura não vai mais autorizar o descarte no aterro municipal, como vinha ocorrendo, porque já foi autuada pelo Instituto Água e Terra (IAT) e notificada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), para que resolva o problema e cesse imediatamente o recebimento dos resíduos da indústria moveleira no local. Município e indústrias precisam se adequar à Lei 12.305 de 2010, que trata sobre a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
Segundo o presidente da Acepb, Luan Marcante, a lei estabelece que todos passam a ser responsáveis pelos próprios resíduos gerados. “Nós estamos criando as pontes entre os empresários e as autoridades ambientais para ajudar as indústrias a encontrar os meios para a correta destinação desses rejeitos, como a coleta, transporte, manipulação, tratamento, eliminação e finalmente a reciclagem fechando o ciclo da logística reversa”, destacou.
Problema ambiental
A indústria moveleira em Pato Branco e no Brasil encontra dificuldades para o descarte dos resíduos. Alguns dos resíduos como o pó de MDF gerado no processo de fabricação de móveis precisa de destinação adequada.
A lei classifica os rejeitos nos grupos denominados “Classe 1: perigosos” e “Classe 2: não perigosos”. Cada resíduo tem que ter um destino apropriado, e o Aterro Sanitário de Pato Branco não está preparado para receber este tipo de descarte industrial. O problema já é um fato, o município não vai mais autorizar o descarte no local.
A solução
O encontro permitiu o debate em torno de algumas soluções, entre elas a contratação de uma empresa para recolher o rejeito industrial das fábricas para a destinação correta.
Uma das soluções segundo o secretário de Meio Ambiente, Matheus Eduardo Heberle Nichetti, surgiu na possibilidade de contratar empresas especializadas que serão corresponsáveis pela destinação correta de todo esse material. “Estamos intermediando o diálogo entre as indústrias e as empresas especializadas na coleta de resíduos industriais, com uma possível parceria com a Cooperativa de Coleta de Resíduos Urbanos de Pato Branco”.
A alternativa neste primeiro momento seria viável, reduzindo os custos da indústria local no processo, sendo ambientalmente correta e viável economicamente para as indústrias, destacou o secretário.
O empresário Ary Fim disse que é preciso buscar uma solução definitiva, mas como a situação é de emergência, alternativas como a busca de parceiros para a coleta dos resíduos é viável para o momento. “Pato Branco é um polo moveleiro, e temos um compromisso ambiental sério, e para evitar cenas do passado, onde tínhamos rejeitos despejados no meio ambiente, por exemplo, temos que buscar as alternativas, porque a indústria não pode parar, geramos empregos e renda para centenas de famílias pato-branquenses”, afirmou.
Logística reversa
Mas vale lembrar que os resíduos não são apenas problemas e despesas, muitos tipos podem ser reaproveitados, gerando receitas para a própria indústria. Alguns resíduos gerados pela indústria moveleira podem ser reciclados, como a madeira, papel, plástico, papelão, ferro, alumínio e vidro.Com um processo adequado de logística reversa o que é um problema que pode virar lucro, com a venda dos materiais. “Hoje em dia não basta colocar um produto em linha, você tem que se preocupar com toda a cadeia gerada posterior ao uso”, comentou o Engenheiro Químico especialista na área, e Diretor de Meio Ambiente da Acepb, Cezar Augusto Martini, que está assessorando o grupo na busca de soluções.
Segundo ele, o trabalho da Associação, reunindo os empresários e as autoridades ambientais permitirá que Pato Branco saia na frente como polo regional, resolvendo um problema que é comum em todos os municípios, tornando-se referência no setor.
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