Com o aumento das queimadas na Amazônia Brasileira, Bolívia e Cerrado, que têm prejudicado a qualidade do ar e a saúde da população, a usina de Itaipu tem desempenhado um papel fundamental na prevenção e mitigação dos danos causados pelos incêndios florestais, tanto no Brasil quanto no Paraguai. Esses esforços são essenciais para preservar o ecossistema e manter a produção de água, um recurso vital para a região.
Impactos das queimadas nas florestas e recursos hídricos
De acordo com Wilson Zonin, superintendente de Meio Ambiente de Itaipu, as queimadas afetam diretamente o ciclo de produção de água na região. Aproximadamente 40% da água utilizada pela usina de Itaipu é gerada no território do Rio Paraná, onde as árvores desempenham um papel fundamental nesse processo. Além disso, cerca de metade da água que abastece o Lago de Itaipu vem dos chamados rios voadores, que transportam umidade da Amazônia para o Sul do Brasil.
“As queimadas alteram esse regime hídrico e contribuem para o aquecimento global. Isso afeta não apenas o ecossistema, mas também a produção de água do nosso reservatório”, afirma Zonin.
A situação é complexa, com impactos que vão além da região amazônica. O desmatamento e as queimadas no Cerrado, por exemplo, prejudicam as nascentes dos grandes rios brasileiros, incluindo aqueles que abastecem o Paraná.
Programa Itaipu Mais que Energia: uma estratégia de preservação
Para combater os efeitos das queimadas e melhorar a qualidade ambiental, Itaipu implementa o Programa Itaipu Mais que Energia, que abrange todos os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul. Entre as principais ações estão a preservação de 9 mil nascentes nos rios que cruzam essas áreas, ajudando a minimizar a crise hídrica.
O programa inclui iniciativas de Educação Ambiental, Desenvolvimento Rural Sustentável e Gestão por Bacias Hidrográficas, com foco na recuperação e preservação de florestas, bacias hidrográficas e áreas de proteção ao redor do lago da usina. Esse esforço envolve a participação ativa da comunidade local, criando consciência sobre a importância da preservação ambiental.
Histórico de preservação ambiental em Itaipu
Desde sua criação em 1974, a Itaipu Binacional adota medidas pioneiras de preservação ambiental. Suas áreas de proteção no Brasil e no Paraguai são reconhecidas pela Unesco como áreas núcleo da Reserva da Biosfera, fundamentais para a conservação da biodiversidade. Entre essas iniciativas estão:
- Manutenção de Áreas de Preservação Permanente (Faixa de Proteção do Reservatório e Refúgios Biológicos);
- Monitoramento da biodiversidade;
- Reprodução de animais silvestres ameaçados de extinção;
- Pesquisa florestal.
Além disso, a usina mantém brigadas de prevenção e combate a incêndios, que atuam ativamente para prevenir e controlar focos de incêndio em áreas protegidas.
Efeitos das queimadas no clima e na saúde
Apesar de Itaipu estar a mais de 2 mil quilômetros das principais áreas de queimada, os efeitos são sentidos no Sul do Brasil devido à alteração no regime de chuvas causado pela destruição dos rios voadores. Em vez de trazer umidade da Amazônia, a fumaça dessas queimadas encobre os céus e prejudica a visibilidade e a qualidade do ar, como visto recentemente em várias cidades brasileiras.
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O engenheiro ambiental da Itaipu, Genilson Estácio da Costa, reforça a importância do monitoramento constante e das ações de combate aos incêndios florestais. Segundo ele, as queimadas evidenciam a interdependência entre o meio ambiente e a saúde, e mostram a urgência de ações mais eficazes para mitigar seus efeitos.
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