O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi celebrado no último sábado (2), com o objetivo de informar à população para reduzir a discriminação e preconceito contra pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de auxiliar a busca pelos direitos assegurados a esses indivíduos.
Caracterizada por desafios em habilidades sociais, na fala e com comportamentos repetitivos, o autismo é uma condição de saúde no qual há diversas terapias adequadas para cada caso que podem aumentar a qualidade de vida e auxiliar essas pessoas a se relacionarem melhor com o mundo.
Como forma de chamar a atenção da população para a causa, na manhã de sábado, o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência realizou uma caminhada em alusão a data, com percurso iniciado na praça Presidente Vargas, terminando na Feira do Produtor. Aproximadamente 60 pessoas estiveram presentes, entre membros da Secretária de Educação, membros da Associação Iguais na Diferença, professores, pais, alunos e população em geral.
Com o tema “Lugar de autista é em todo lugar”, a campanha desse ano tem como propósito pedir a inclusão dessas pessoas na sociedade, em todos os aspectos. “O objetivo é expressar através da frase os anseios que autistas e famílias vêm sentindo, pedir inclusão, respeito e acolhimento”, afirmou a coordenadora da Educação Especial, da Secretaria Municipal de Educação de Cultura de Pato Branco, Patrícia Piazza Rossi.
Para aprofundar ainda mais o tema nas escolas, alguns CMEIs do município promoveram ações voltadas ao autismo. De acordo com a coordenadora, na última sexta-feira (1º), foram confeccionados cartazes e o tema foi debatido com as crianças.
Adaptações em ambiente escolar
Segundo Patrícia, diversas captações serão realizadas para os professores ao longo do ano, sobre todas as deficiências, com o objetivo de atender as necessidades de todos os alunos.
Para atender os autistas dentro das escolas, a coordenadora explica que os profissionais são orientados a atender a necessidade de cada um, levando em consideração os níveis de dificuldade de cada criança. “Adaptações são feitas no espaço física das escolas, nos materiais escolares e, algumas vezes, as avaliações também devem ser adaptadas”.
Ela conclui citando que, em algumas situações, a escola não pode tocar o sinal em caso de alunos com sensibilidade auditiva e a remoção de decorações se faz necessária para diminuir o estimulo visual.
A equipe responsável pelas merendas das escolas também é orientada a realizar adaptações no cardápio, pois, na maioria das vezes, “o aluno autista costuma ter seletividade alimentar, então é preciso alterar o cardápio para que todas as crianças possam se alimentar na escola”.
Falta de orientação e empatia
De acordo com Patrícia, ao estar ativamente próximo de responsáveis por autistas, muitas demandas e anseios dessa parte da população surgem através de relatos em reuniões. Uma dificuldade citada pela coordenadora, além de percalços dentro do âmbito escolar, é relacionada ao atendimento na área da saúde. “Falta orientação dos profissionais e empatia, além da necessidade de um serviço mais humanizado”.
Outra queixa recorrente é na questão de estacionamento prioritário que, de acordo com a Lei, “estamos informando junto ao Depatran, que também tem orientado agentes de trânsito, pois o autismo é uma deficiência e essas pessoas tem prioridade”, afirmou Patrícia, concluindo que, para conseguir a credencial, basta se dirigir ao órgão de trânsito, portando o laudo da criança e um comprovante de residência.