A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), divulgaram uma nota técnica orientando sobre o uso correto do herbicida com ingrediente ativo dicamba.
De acordo com o documento, publicado em 28 de julho, o defensivo pode ser extremamente prejudicial as culturas sensíveis se utilizado de forma inadequada. Ainda segundo a nota, a eventual deriva do herbicida no ambiente pode ser prejudicial as culturas não-alvo, como batata, café, cítricos, feijão, flores ornamentais, girassol, leguminosas, maçã, pepino, tabaco, tomate, uva, amoreira, além de culturas alvo não tolerantes, como algodão e soja.
“A aplicação em desacordo com as orientações do fabricante pode ocasionar a deriva com danos a culturas sensíveis e contaminação ambiental e de alimentos destinados ao consumo. O alerta se destina também aos profissionais de agronomia no momento das prescrições de receitas agronômicas”, explica o documento.
De acordo com a nota técnica, os institutos signatários divulgam as seguintes orientações no manejo do dicamba, para evitar riscos de deriva.
– Observar as condições climáticas, como temperatura, umidade, direção e velocidade do vento e possibilidade de inversão térmica;
– Utilizar pulverizadores adequados, em boas condições, com a integridade dos componentes (bomba, filtros, mangueiras, pontas, manômetro e afins), inspecionados e regulados de acordo com as recomendações de bula, bem como a correta seleção de pontas de pulverização (bicos), utilizando as que forneçam gotas grossas e ultra grossas;
– Utilizar redutor de volatilização e redutor de deriva;
– É proibida a aplicação com avião agrícola;
– É obrigatória a adoção de uma área de bordadura, sem a aplicação do dicamba, com no mínimo 50 metros entre a área de aplicação e as culturas sensíveis;
– Seguir as orientações de bula dos produtos, quanto a dosagem, volume de calda, pressão de pulverização, principalmente tipo de ponta (bico) e tamanho de gota recomendados;
– Capacitação dos aplicadores, que são efetivamente os executores da operação.
Manejo
A nota técnica recomenda ainda outras medidas de controle de plantas daninhas com resistência aos herbicidas, como a buva e o capim-amargoso.
Além do uso de defensivos, as organizações orientam a adoção de práticas de manejo integradas como o “plantio direto na palha, rotação de culturas, plantas de cobertura do solo e produção de palha em quantidade suficiente para a cobertura permanente do solo”.
Segundo o documento, essas práticas inibem a germinação e o estabelecimento populacional de plantas invasoras, “além de viabilizar a utilização de herbicidas com princípios ativos alternativos e diversificados”.