Encontro promovido em Francisco Beltrão reuniu médicos veterinários de todo o Sudoeste para alertar sobre vacinação de brucelose e tuberculose
Médicos veterinários dos 42 municípios do Sudoeste, estiveram reunidos no auditório da Unioeste de Francisco Beltrão nessa quarta-feira (27), para receber orientações da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), para o Fórum Regional de Saúde Animal.
Elis Cristina Piccinini, chefe do escritório regional de Francisco Beltrão, explica que levantamento dos três escritórios da Adapar no Sudoeste (Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco) apontou um baixo índice de vacinação do rebanho para brucelose e tuberculose.
“O que observamos é um baixo índice de vacinação” afirma Elis falando que o objetivo geral é atingir 100%, contudo, neste momento está em 50%, ao levar em conta os 42 municípios do Sudoeste.
No entanto, segundo Elis também foram abordados temas como a influenza aviária, febre aftosa e peste suína clássica, que mesmo não tendo identificação no momento, o trabalho é para que não ocorra. “Temos que ter todo um trabalho, um controle sobre essas doenças”, pontuou a chefe regional.
Com relação a febre aftosa, Elis comentou que foi amplamente lembrando que como o Paraná possui o status de área livre sem vacinação, a atualização de cadastro do rebanho, — que neste momento é estimado em 920 mil bovinos somente no Sudoeste —, é essencial.
Apreensão de animais
A recente apreensão de 39 bovinos de origem argentina, na madrugada da segunda-feira (25), em Santo Antônio do Sudoeste também foi comentado durante o fórum.
Os animais que não possuíam a Guia de Trânsito Animal (GTA), segundo a chefe da regional da Adapar foram encaminhados para abate sanitário.
“Esses animais não podem estar entrando no Paraná”, comentou Elis ao explicar que a Argentina mantém a vacinação para aftosa do rebanho, enquanto que no Paraná a condição de área livre da doença também já atingiu o status de liberação de vacinação. “O status é diferente de um lugar para outro, então eles (animais) não podem entrar”, explicou.
Pelo fato da região de fronteira ser ampla e ainda ser fronteira seca, muito desse trânsito animal irregular fica à mercê de denúncia da população para que os órgãos competentes consigam de fato coibir a entrada desse rebanho.
Conforme Elis o abate sanitário a que os animais são submetidos é pelo fato de não se saber eventuais doenças que o rebanho tem. “Essa situação é preocupante, e essa carne não pode ser consumida”, pondera a chefe da regional de Francisco Beltrão ressaltando que o abate sanitário é realizado imediatamente, para evitar uma possível contaminação do rebanho local.
Elis comenta que de 2019 até hoje é perceptível um aumento no trânsito de animais vindos da Argentina para o Brasil, no entanto, o atual momento econômico acentuou essa presença e apreensões de rebanhos sem registro sanitário oriundos do país vizinho. “Por se tratar de uma divisa seca, isso acontece constantemente, mas para que consigamos fazer a apreensão por meio da Polícia Federal e da Receita Federal (por se tratar de contrabando de animais), é necessário que a abordagem seja na entrada, uma vez que em trânsito, se tiver com toda a documentação correta, ele está supostamente certo”, explicou se dizendo preocupada com esta situação, por colocar em risco o status sanitário do Paraná ao que se refere a aftosa.