Em entrevista coletiva na quinta-feira, a ministra interina do gabinete do presidente Cyril Ramaphosa, Khumbudzo Ntshavheni, explicou que 26 das mortes ocorreram na região de Johannesburgo e 91 na Província de KwaZulu-Natal, lar do grupo étnico zulu. Além disso, 2.203 pessoas foram presas.
Johannesburgo estava em relativamente calma ontem, após uma onda de saques e incêndios que se espalhou no fim de semana na esteira dos primeiros incidentes na região zulu (leste), ligados à prisão do ex-presidente Jacob Zuma,
Por conta própria, em um país onde poucos podem contar com um Estado cronicamente deficiente, vários moradores começaram a limpar e reparar os estragos.
No centro de Johannesburgo, muitas lojas permaneceram fechadas ontem, enquanto alguns comerciantes, proprietários e funcionários esvaziavam suas vitrines. As ruas estavam bloqueadas por barricadas e carcaças de carros incendiados.
“Os danos são terríveis. As pessoas estão tentando salvar o que podem”, relatou Michael Sun, chefe da segurança na capital econômica do país, do partido de oposição Aliança Democrática. “E a pior parte é que muitos comerciantes não têm seguro. Eles não têm a quem recorrer para pedir indenização.”
Pela manhã, nenhum novo local de saque foi relatado na cidade. Ainda assim, o Exército se preparava para aumentar suas tropas nas ruas, com o objetivo de estabilizar essa relativa calma em Johannesburgo e pacificar as zonas mais tensas – em particular, as grandes cidades de Kwazulu-Natal (KZN, leste), Durban e Pietermaritzburgo, onde os incidentes continuavam.
A rodovia que liga Johannesburgo a Durban foi liberada de seus últimos bloqueios, colocados no dia seguinte à prisão de Jacob Zuma. Envolvido em vários escândalos de corrupção, o ex-presidente continua popular em sua região de origem.
Na segunda-feira, Ramaphosa autorizou o envio de 2,5 mil soldados. Dois dias depois, o governo dobrou esse número. Algumas horas mais tarde, o Ministério da Defesa anunciou sua intenção de mobilizar 25 mil soldados para lidar com a emergência.
O surto de violência é alimentado por problemas sociais preexistentes, como extrema desigualdade, desemprego e altos níveis de criminalidade no país, além da pandemia de covid-19. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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