Agricultores familiares de sete municípios do Sudoeste representarão a região na 1ª Feira de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar, a AgriFamiliar Paraná, que acontece entre hoje (8) e domingo (12) em Curitiba, na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná (Fetaep).
Representarão a região cooperativas, associações e empresas da agricultura familiar. Juntas comercializarão desde doces e compotas, até queijos e derivados, mel, hortifrutigranjeiros, produtos orgânicos, embutidos e vinhos.
AgriFamiliar
Promovida pela Fetaepe e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STTRs), a feira tem como objetivo promover a agricultura familiar sustentável, estimular o consumo consciente, a compra de fornecedores próximos e o reconhecimento de produtos artesanais locais, o que impacta diretamente no desenvolvimento da economia regional.
“Sabemos como poucos plantar, colher, transformar. Nossos produtos são de alta qualidade, preenchem os requisitos para comercialização e as regulamentações sanitárias. E agora queremos aproximar o produtor do comprador”, comenta Marcos Brambilla, presidente da Fetaep.
A feira é realizada em parceria com o Senar, o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná e a Prefeitura de Curitiba, e conta com o patrocínio de Cresol, Sicredi, Banco do Brasil e Governo Federal, Sistema Ocepar e Copel.
Participantes do Sudoeste no evento
Do fogão para a agroindústria
Entre as pessoas que representarão a região em Curitiba está Roseli Martinazzo, moradora da comunidade da Linha Santa Bárbara em Itapejara D’Oeste, que há anos trabalha com a produção de queijos coloniais como sendo a principal fonte de renda de sua família — a agroindústria Queijos Martinazzo.
Os queijos da agroindústria, feitos a partir de receitas da família, passadas de geração para geração, são reconhecidos em todo país, inclusive já foram premiados. Em 2018, como o Paraná Queijo Artesanal e a premiação ouro, no Queijo Brasil, em 2019.
Conforme a agricultora, ela e seu marido, Claudemir Martinazzo, produzem queijos há 18 anos. A princípio era tudo improvisado, numa panela em cima do fogão à lenha. Depois de alguns anos, em 2008, eles ganharam um pasteurizador, a fundo perdido da prefeitura, e construíram a agroindústria, na qual produzem até hoje.
No início, ela conta que produziam apenas uma peça por dia, entre 1,5 e 2 kg cada. Com o pasteurizador, passou para uma média entre 25 e 30 peças de queijo por dia, em vários tamanhos, entre 0,5 e 8 kg.
Quanto à matéria-prima, conforme a produtora, é exclusivamente da propriedade da família. “Temos 15 vacas, mas na ordenha são 12, as quais produzem 190 litros por dia; tudo destinado para o queijo”, diz Roseli, completando que a produção é comercializada até então somente no município, em três mercados.
Em julho deste ano, a agroindústria foi incluída no Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte do Paraná (Susaf-PR).
Fonte: Paloma Stedile/ Arquivo Diário do Sudoeste