Conforme dados da 26ª edição da Sondagem Industrial, a forte presença do agronegócio na região tem papel fundamental no crescimento e bem-estar do Paraná
O Sudoeste é destaque na 26ª Sondagem Industrial, pesquisa anual feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com industriais de todas as regiões do estado.
Com forte característica para o setor do agronegócio, sendo destaque em todo Paraná, a região é vista com papel fundamental no crescimento e bem-estar do Paraná, uma vez que agrega elos produtivos, tanto da agricultura quanto da indústria.
De acordo com a pesquisa anual, seu desempenho no agro, reconhecido a nível nacional, fomenta não só o crescimento e desenvolvimento da agricultura da região, como de todo estado.
Segundo Evânio Felippe, economista da Fiep, o Sudoeste tem contribuído significativamente para o crescimento econômico do Paraná e para a retomada da economia, que sofreu uma queda nos quase dois últimos anos por conta da pandemia de covid-19.
“De 2020 para cá, o setor do agronegócio no Paraná e no Brasil tem contribuindo de forma positiva para um crescimento, não só atividade, como também na economia brasileira. Além desse crescimento, o setor também ajudou para que a crise (causada pela covid-19) não fosse ainda pior, como foi verificada nos indicadores de PIB do ano passado. Para esse ano há uma previsão de crescimento do PIB em torno de 4% a 4,5%. E o agronegócio tem um peso bastante forte nisso. Por isso, a importância da região”, explica.
O economista disse ainda que, diante das oportunidades de crescimento e investimentos no setor ao longo do último ano, apesar dos grandes desafios, a perspectiva de cenário para o setor e para a região é positiva. “Nesse sentido, a região Sudoeste, os empresários da região atrelados ao agronegócio e outras atividades complementares, têm contribuído de forma positiva para o crescimento e desenvolvimento industrial, não só do território, mas do estado do Paraná”, finaliza.
O bom desempenho da região no setor industrial, promovido com quase total exclusividade por conta do agronegócio, tem reflexo direto no destaque da macrorregião Oeste, tida como a região mais otimista ao setor industrial e com maior nível ou expectativa de investimento para o próximo ano.
De acordo com o levantamento, cerca de 75% dos entrevistados da macrorregião Oeste — composta por Oeste, Sudoeste e Centro Sul — declararam ter tido um ano bom ou muito bom. Na macrorregião Norte, esse índice cai a 58,9%. E, na macrorregião Leste do estado, o resultado é 53,4%. O que sustentou os bons resultados foram as vendas, a capacidade instalada e a produção.
“É um cenário positivo, mas os desafios nesse ano, enfrentados pela atividade produtiva, especificamente do agronegócio e automotivo, foram muito duros. Então, é sim um otimismo, porém com os pés no chão. Ou seja, sabemos que têm problemas a serem enfrentados, que podem aparecer ao longo de 2022 e podem influenciar o ritmo da atividade produtiva”.
Resultado da 26ª Sondagem Industrial
Um empresário otimista, disposto a investir e gerar novos empregos, apesar dos desafios e das limitações impostas pela pandemia da covid-19 e do cenário macroeconômico do país. Este é o resultado geral da 26ª Sondagem Industrial, pesquisa anual feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com industriais de todas as regiões do estado. Para 68,7% dos participantes o sentimento é de otimismo ou muito otimismo em relação a 2022. O índice é o mesmo alcançado no ano passado, quando a crise sanitária estava em momento mais crítico e o país ainda não tinha uma campanha de vacinação em curso, e está acima da média dos últimos 10 anos, que é de 66,7%. A mostra coletada representa mais de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos, que geram mais de 814 mil empregos no estado.
A resposta positiva dos empresários está ancorada principalmente na perspectiva de crescimento das vendas (67,8%), na abertura de novos mercados (39,0%) e na previsão de investimentos (33,6%). Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, apesar das dificuldades, o aprendizado da crise, o avanço da vacinação e a retomada de outros setores da economia contribuíram para a recuperação das indústrias este ano. “Vemos com bons olhos o resultado da pesquisa. Ela confirma que, mesmo com muitos desafios a serem superados, o industrial enxerga possibilidades reais de uma retomada em 2022”, avalia.
Balanço de 2021
O ano foi bom ou muito bom para 60,4% dos industriais paranaenses, revela a Sondagem, por conta do crescimento das vendas e dos investimentos realizados. Apenas 11,5% das empresas pesquisadas tiveram desempenho “ruim” ou “muito ruim” e os motivos variam entre redução de vendas, aumento dos custos de matéria-prima e de produção. Para 28,1%, a performance em 2021 tem sido regular.
Agronegócio no Sudoeste
Em abril deste ano, uma matéria do Diário do Sudoeste já projetava o bom desenvolvimento do setor na região e no estado. De acordo com a publicação, “a agricultura do Sudoeste movimenta cifras expressivas em todos os 42 municípios, sendo para boa parcela, o setor é principal gerador econômico”.
Ainda, conforme a publicação, dados do Censo Agro de 2017 apontavam a região como destaque estadual na agricultura, tendo três municípios no ranking de maiores produtores de feijão de cor do estado; Pato Branco (7.375 t); Bom Sucesso do Sul (5.035 t) e Renascença (4.807 t).
A matéria apresentava, ainda, Mariópolis, Francisco Beltrão, Enéas Marques e Salgado Filho entre os dez municípios do Paraná com maior produção de uva vinífera. E Palmas, como líder na produção e maçã.
Por fim, a publicação apontava o Sudoeste como a maior referência da bacia leiteira no estado, nos últimos 30 anos. “O que chegou a colocar a região com a marca de produção de 25% do produto no estado, ficando à frente das regiões Oeste [21%] e Centro-Oriental, que engloba municípios de Ponta Grossa e Castro [16%]”.