Treze anos se passaram desde o terrível acidente em Fukushima, em 11 de março de 2011, que foi ocasionado por um terremoto e logo em seguida por um tsunami, depois de Chernobyl, acidente ocorrido em 1986, esse foi o pior de todos os acidentes em usinas nucleares, as imagens que se tem da época mostram um local devastado e desolado, com níveis altíssimos de radiação liberada no ar, mar e terra, afetando tudo e todos ao mesmo tempo. Nesse tipo de acidente quem mais sofreu sem dúvida foi a população e o meio ambiente, zonas de exclusão foram levantadas por todos os lados; mais uma vez a catástrofe nuclear deu provas incontestáveis de que homem jamais está e jamais estará preparado para enfrentar um desastre dessa magnitude, o Japão sabe o que é conviver com a radiação, pensemos em Hiroshima e Nagasaki, no terrível mês de agosto de 1945.
Na era da dita globalização, mais uma vez fomos testemunhas oculares de que a privatização do lucro é ínfima, ficando com alguns poucos algozes e já por sua vez temos uma enorme e brutal socialização das perdas, dos desastres, das dívidas, o Japão mesmo sendo uma das maiores potências econômicas do mundo, não foi capaz de prever e muito menos ainda socorrer seus habitantes de um acidente por demais violento e muito acima de qualquer força ou razão humana. A energia nuclear desde sempre deu vida a monstros cada vez maiores e incontroláveis, por outras palavras, os seus tentáculos chegaram em todas as regiões do mundo, desprezando opiniões contrárias, deixando de lado avisos para se ter precaução e responsabilidade com elementos muito perigosos e ainda por cima, passíveis de sobreviverem na atmosfera e outros lugares por milhares de anos.
Na era dos esquecimentos repentinos, da seleção daquilo que deve ou não ser tema de discussão, assim como de deliberação pois envolve o interesse público global, quase todos esquecemos desse tema capital, pois dele depende inúmeras formas de vida, por outras vias, o tema que está deixado de lado é a água de Fukushima, estima-se que existem ainda cerca de 1,3 milhão de m³ de água contaminada por resíduos altamente radioativos provenientes dos reatores danificados, que seguem armazenados na central dessa usina. A solução simplória, porém, muito arriscada é simplesmente jogar toda essa água no oceano, transformando assim nossos mares num imenso depósito de lixo nuclear, como aliás já vem acontecendo com outros produtos tóxicos; o Japão com todo o seu poderio técnico encontra solução leviana e criminosa para um problema que não é nosso.
A energia nuclear desde o seu início sempre foi um engodo, uma maneira bastante ardilosa para nos fazer acreditar que a salvação do mundo estava em suas mãos, quando na verdade, as décadas que se seguiram mostraram exatamente o contrário, ou seja, é uma energia que para ser produzida requer um conhecimento técnico muito profundo, mão de obra altamente especializada e não ao modelo de Homer Simpson, além disso somas vultosas de dinheiro precisam ser empregadas e tudo isso sem garantia alguma de sucesso no futuro. O que poucos enxergam é que esse tipo de energia produz lixo, muito lixo e o Planeta, nem ninguém está devidamente preparado para lidar com essa situação de alto risco; o progresso que a energia nuclear gerou desde o seu inicio foi na verdade problemas que aí estão e que até agora não encontraram solução plausível para tanto.
Bioeticamente, os treze anos do acidente em Fukushima é um alerta sobre o que estamos fazendo com o nosso Planeta, as escolhas que temos feito e para onde elas estão nos guiando, quando se adentra no mundo da energia nuclear logo se percebe que ele é sombrio, sem vida, perigoso e acima de tudo enganoso, qualquer tipo de energia que se use comporta riscos, mas a energia nuclear extrapola qualquer estimativa, é algo simplesmente indefensável quando estudada de perto pela lente da verdade. A nível de Brasil, a energia nuclear que o país tem, até agora foi incapaz de evitar diversos apagões, é muito cara, em hipótese alguma é limpa e muito menos segura e acima de tudo, a energia nuclear não é inesgotável e muito menos ilimitada, como alguns apregoam inadvertidamente; o nosso querido Brasil para ser Brasil, não precisa de energia nuclear.
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