– Por que ler? Por que literatura? Por que romances?
Uau! Quantas perguntas… E para respondê-las, que tal recorrer a uma das crônicas de Luis Fernando Veríssimo, intitulada “A compensação”.
O escritor inicia o texto dizendo que havia lido um artigo sobre as pretensões literárias de Napoleão Bonaparte. Aparentemente, Napoleão era um escritor frustrado. Tinha escrito contos e poemas na juventude, escreveu muito sobre política e estratégia militar, e sonhava em escrever um grande romance. Acreditava-se, mesmo, que Napoleão considerava a literatura sua verdadeira vocação, e que foi sua incapacidade de escrever um grande romance e conquistar uma reputação literária que o levou a escolher uma alternativa menor: “conquistar o mundo”.
É… a literatura tem disso e faz história, não com batalhas e canhões, mas com a força da palavra escrita. E que poder tem esta palavra! A literatura, segundo Veríssimo, também serve para poupar o mundo do ímpeto belicoso dos conquistadores, ou seja, cada escritor a mais no mundo corresponde a um Napoleão a menos. O mundo seria outro se alguns Napoleões tivessem ficado com a literatura e esquecido o poder.
Neste ano eleitoral, que tal (re)ler esta crônica de Veríssimo e perguntar aos nossos candidatos o que estão lendo? E se gostariam de escrever romances?
É apenas uma dica, mas que pode ser reveladora!
Pense nisso!
DENISE MARIA BUENO PONZONI, ACADÊMICA DA ALAP, CADEIRA 05.