Lareiras: Qual o melhor modelo para você?

O frio chegou! E com ele um desejo em comum: ter uma lareira! Afinal, nada melhor do que uma casa bem quentinha e aconchegante, não é mesmo?

Nenhum outro tipo de aquecedor é tão charmoso quanto a lareira que, além de funcional, ainda confere todo um estilo na decoração.

Mas qual é a lareira ideal para a sua casa? Perguntamos para a arquiteta Camila Picolo, que explicou tudo sobre lareira para a gente!

Conforme Camila, a tecnologia envolvida nas lareiras evoluiu muito, e hoje há uma variedade enorme de modelos para escolher: a lenha, a gás, ecológica e até elétrica. Existem lareiras fixas, portáteis, algumas não precisam de chaminés, outras podem ser reguladas até por controle remoto.

Entre os pedidos de seus clientes, a arquiteta elencou os mais usados.

Lareira a lenha

Modelo mais tradicional e conhecido, além de também ser o mais habitual, existem hoje opções de lareiras suspensas, que deixam o ambiente com um ar mais moderno, pois o item fica fora do chão e preso somente pela chaminé.

A instalação das lareiras de lenha no ambiente, explica Camila, requer mão de obra especializada para sua execução, além de ser necessária a utilização de chaminé (ou duto de exaustão) devido a queima da lenha. Geralmente são feitas em alvenaria, concreto ou metal.

Entre as vantagens estão o aconchego que o fogo crepitando na lenha proporciona, já que é agradável de ouvir, aquece uma área grande e, do ponto de vista estético, se torna ponto de destaque no ambiente. Já a desvantagem é a própria lenha: compra, estocagem e manuseio. Também, sua queima gera fuligem, fumaça, e as cinzas precisam ser limpas depois do uso.

“É importante destacar que já existem, no mercado, as lareiras a lenha de alto rendimento. Elas são metálicas e têm algumas vantagens em relação à alvenaria, como portas de vidro, que impedem a passagem da fumaça para o ambiente, e maior desempenho térmico”, lembra a arquiteta.

Lareira ecológica

Esses são os modelos que usam álcool etílico 92° como combustível. É o modelo mais versátil por não precisar de instalações específicas. Seu acendimento é rápido e prático e não gera nenhuma sujeira.

O “queimador” é o coração das lareiras ecológicas. Ele é o recipiente onde o combustível é colocado e é construído em aço inoxidável. Possui um dispositivo de regulagem da chama para que seja possível aumentar, diminuir, ou até mesmo extinguir a chama quando desejado.

Camila explica que, em relação à instalação no ambiente, “esse modelo não requer qualquer tipo de instalação especial, não precisa de uma chaminé [pois dispensam o uso de lenha], nem pontos de energia elétrica ou gás”. O modelo embutido pode ser colocado dentro de móveis, na parede, em bancadas, etc, e, para isso, o móvel deve ser confeccionado sob medida. Elas também podem ser portáteis.

As principais vantagens das lareiras ecológicas é que esse é o melhor modelo para quem não quer perder o conforto que o fogo traz, mas também não abre mão da praticidade. Já entre as desvantagens estão não possui um abastecimento contínuo, como a lareira a gás, por exemplo, e o aquecimento ser mais lento do que o das lareiras convencionais e das lareiras a gás. “As lareiras ecológicas possuem capacidade para aproximadamente 6 litros de álcool 92° e, quando ele acaba, o reservatório precisa ser reabastecido”, fala a arquiteta.

Lareira a gás

Nesse tipo de lareira, a chama é gerada por um ponto de gás. Existem dois modelos para esse tipo de lareira. Um deles é o linear, que vem com pedras vulcânicas colocadas sobre os queimadores. Essas pedras retêm o calor sobre o equipamento, mantendo a temperatura do ambiente por muito mais tempo. O outro modelo é o que usa lenhas de cerâmica refratária, que possuem um ótimo rendimento térmico. Esse modelo já vem com uma grelha que pode ser apoiada sobre qualquer superfície.

Para a instalação da lareira a gás no ambiente, Camila explica que, no modelo linear, é necessário fazer uma caixa de concreto ou alvenaria para acomodar os queimadores. Também é preciso prever ponto de gás e energia elétrica para acendimento. “Fique atento se a lareira que você comprou possui sistemas de segurança regulamentados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), para evitar acidentes”, alerta.

A principal vantagem desse tipo é que, devido a sua praticidade, ela pode ser instalada em várias formas ou locais, desde que haja um ponto de gás de botijão ou encanado. Outra vantagem é a facilidade para acendê-la, já que basta acionar um botão ou controle remoto.

Sobre as desvantagens, a maior está relacionada a fonte de abastecimento. “Em caso de falta do gás, a lareira fica inutilizável”, diz.

Lareira elétrica

A lareira elétrica é uma espécie de aquecedor que imita uma lareira, reproduzindo em 3D a imagem das labaredas, o que proporciona um conforto visual semelhante ao do fogo. A lareira elétrica conta com uma abertura que libera o ar quente e pode ser incorporada a qualquer ambiente, aquecendo o espaço quando conectada a eletricidade.

A arquiteta diz que a instalação de uma lareira elétrica é extremamente simples, e requer apenas uma tomada própria e dimensionada, com disjuntor próprio para garantir maior segurança. “Para o equipamento funcionar adequadamente, é preciso instalar a 30 centímetros de altura em relação ao chão, pois o ar quente sai por baixo dela – algo que pode variar de acordo com o fabricante”, recomenda.

Entre as vantagens está que ela não requer limpeza interna, e o brilho das chamas também pode ser controlados pelo controle remoto. “É de fácil acionamento. Para ligar esse modelo, basta acionar um botão no controle remoto sem nem sair do sofá”.

Contudo, ela não é vantajosa para a utilização diária porque pode consumir muita energia. “Por isso, é indicada para os clientes que não farão o uso com muita frequência”, diz Camila.

Praça de fogo é tendência na arquitetura

Fogueira é como um ímã de gente no inverno: é só acender para todo mundo se acomodar ao redor dela. Nova tendência da arquitetura são instalações com fogo em ambientes externos, como varandas, jardins, piscinas e outros ambientes em sua residência ou estabelecimento comercial, como hotel, pousada, restaurante, centro de eventos e muitos outros; com certeza será a principal atração para os dias frios ao ar livre.

Como acontece com a lareira interna ao ambiente, o projeto das instalações da Praça de Fogo vai depender do tipo de combustível escolhido para seu funcionamento.

A lenha:
Instalações: em ambiente externo dispensa-se a chaminé. Uma solução mais prática é reservar um espaço do jardim para um fogo de chão. Pode ser acender o fogo em suporte metálico móvel, e aqui vale deixar sua criatividade voar: até mesmo rodas de veículos podem resultar em ambientes fantásticos! Outra opção é fazer a base em pedra ou tijolos, de maneira que combine com o restante da casa.
Vantagens: esquentam bastante; não requer instalações específicas; suporte pode ser guardado no verão; visual mais rústico.
Desvantagem: fuligem e fumaça.

A gás:  
Instalações: Posição fixa em virtude da necessidade de uma conexão segura da tubulação do gás. No caso das externas, é aconselhável o acendimento manual ao invés do elétrico. Para otimizar o aquecimento, quando possível a praça de fogo a gás é projetada em nível mais baixo que o restante da área do jardim. Atenção: é importante instalar um sistema de controle de vazamentos, que desliga o gás automaticamente!
Vantagens: esse tipo de lareira não produz brasa ou cinzas e seu visual é bem moderno. 
Desvantagem: Uma coisa que vale ser lembrada somente é que as lareiras com fogo a gás não produzem uma chama tão forte e quente, por isso o projeto com instalação em nível inferior.

Ecológica a álcool
Instalações: não necessitam de nenhuma instalação especial. No caso da instalação em áreas abertas, sujeitas a chuvas e intempéries, é necessário utilizar sempre a tampa externa que acompanha o produto para evitar que a manta cerâmica interna do queimador fique encharcada de água e atrapalhe o bom funcionamento do produto.
Vantagens: Prática, versátil e com muitas soluções possíveis de design.
Desvantagem: No caso do uso em áreas externas, o produto será somente decorativo, pois o ar quente gerado dissipa muito rapidamente quando em área aberta.

Atenção!
Ao escolher o tipo de lareira, o arquiteto precisa estar atento ao modelo do piso do ambiente, distanciamento do mobiliário, ventilação adequada, revestimentos de parede e demais detalhes de segurança.

Resumindo, é preciso ter em vista as condições de seu espaço, a viabilidade de instalação de cada modelo e, se for uma obra nova ou reforma, incluir a lareira no projeto.

Ficou mais fácil escolher sua lareira agora?

*Camila Picolo é arquiteta. Conheça melhor o seu trabalho através das redes sociais: Instagram e Facebook

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