Plantando o futuro: jovem produz hortaliças em Mangueirinha

João Lucas Vinícius de Souza tem apenas 17 anos de idade, mas possui experiência de sobra em matéria de empreendedorismo. Morador da comunidade de Morro Alto, interior do município de Mangueirinha, o estudante do segundo ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual do Campo Engenheiro André Guimarães Sobral, recentemente criou uma
horta na propriedade onde mora com os seus pais.

Entretanto, antes disso, o jovem já produzia outros produtos, os quais começou por iniciativa própria, pedindo para que o seu pai o orientasse. “Desde os meus dez anos, ele me ensinou a capitalizar e me incentivou no que quisesse fazer”, conta.

O jovem completa que tudo começou devido à experiência de seu pai, que também é agricultor desde muito cedo. “Com o sofrimento, ele aprendeu muita coisa e está passando para mim esse ensinamento do que vivenciou, para que eu não precise passar pelo que ele passou”.

João Lucas afirma que o interesse surgiu porque ele pretende continuar no campo; não almeja morar na cidade. “Para conseguir ter uma estrutura boa, um capital bom lá no futuro, percebi que,
quanto antes começasse, antes teria uma estrutura, um capital. E meu pai sempre me incentivando, porque eu quis. Ele até comenta que, se eu não me interessasse e não quisesse, não iria adiantar ele me ensinar, porque não iria aprender”.

A princípio, o adolescente queria criar codorna, mas não tinha dinheiro para comprar ovos férteis e nem uma chocadeira. “Então fiz uma bem simples e comecei a testar. Na terceira tentativa já estava com 50% de eclosão, vendi os frangos que nasceram e comecei a comprar frango de granja”.

Também naquele tempo João Lucas diz que trabalhava com seu pai arrancando feijão e começou a investir nos coelhos, cuja atividade continua até hoje e é a segunda que mais tem rentabilidade [assim como a produção de hortaliças]. “Estou investindo devagar, conforme vai entrando dinheiro; não gasto nada comigo, só invisto”.

Horta

O adolescente começou a horta há cinco meses, porque precisou parar com a criação de frangos de granja, “por conta da alta do milho, e a venda dos coelhos tinha caído bastante. Então precisei de outra fonte de renda, que não precisasse de um investimento grande, porque não tinha muito capital”.

Com isso, começou com o investimento entre R$ 10 e R$ 12 por semana. Teve alguns momentos em que ele precisou pedir dinheiro emprestado aos pais. “No começo, precisava pegar água de um açude com galões de 20 litros e encher uma caixinha de 150 litros. E ia molhando. A horta foi crescendo e, com isso, surgiu a necessidade de implantar sistema de irrigação. Com o apoio dos
meus pais, tentei montar vários tipos, sem êxito. Estava desanimado até, só que desistir não dá. Até que deu certo. Está aos trancos e barrancos, mas está funcionando. Tudo o que procuro investir, faço da maneira mais barata possível, desde que não afete a qualidade”.

No momento, ele conta que produz alface americana, alface crespa, alface mimosa, repolho, rúcula, salsinha, cebolinha e couve. Essa produção ele comercializa totalmente em Mangueirinha, nos mercados, lanchonetes, restaurantes e também de porta em porta.

“As verduras vou de casa em casa; já os coelhos posto nos grupos de WhatsApp e no meu Facebook”, explica, completando que trabalha sozinho nessa atividade, uma vez que seu pai faz “bico” em lavoura e sua mãe é agente de saúde. Além do aprendizado obtido com seu pai, João Lucas revela que a internet também é grande aliada. Na comercialização dos produtos e para obter
subsídios, a fim de melhorar as suas produções.

“Consigo várias informações por meio da internet. Meu celular é minha ferramenta de trabalho: para vender, comprar e aprender. Por exemplo, questões sobre vacinações de animais, como criar e construir os alojamentos; como plantar também, o espaçamento; enfim, invisto um pouco de tempo assistindo vídeos no YouTube e, assim, pretendo cada vez mais expandir minhas atividades”.

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