Na tarde da quarta-feira (6), um grupo de alunos do Colégio Integral de Pato Branco estiveram acompanhando os trabalhos que estão sendo realizados desde o final de junho, no entorno do Ginásio Dolivar Lavarda.
Mesmo em número reduzido — apenas cinco, dos 20 alunos da turma de Tempo Integral estiveram no local — eles acompanharam a retirada de raízes e entulhos gerados com a retirada das árvores.
No final de junho, quando iniciou os trabalhos, a Secretaria de Meio Ambiente de Pato Branco informou que serão removidas 58 árvores, da espécie ligustrum, por serem plantas consideradas invasoras. Elas serão substituídas por exemplares de jacarandá-mimoso.
A coordenadora pedagógica Vanessa Luiza Zancanaro Duarte explica que em 2021, enquanto desenvolviam projetos de acessibilidade, os alunos observaram situações em desconformidade com a legislação, o que gerou preocupação.
Um dos pontos que os alunos constataram problemas de acessibilidade foi no entorno do Ginásio Dolivar Lavarda, por ser um local público e próximo ao colégio.
“Os alunos perceberam que por ser um local público, não tinha a acessibilidade que a lei pede. Voltando para escola, estudamos a Lei de Acessibilidade, principalmente os artigos que falam da mobilidade urbana, que engloba a questão das calçadas”, explica a professora, comentando que em outubro os estudantes protocolaram uma petição, que foi entregue ao vereador Rafael Celestrin, e que a mesma foi lida em sessão da Câmara.
De acordo com Vanessa, com o início dos trabalhos de remoção das árvores os alunos passaram a estudar a questão das espécies de árvores indicadas para plantio em perímetro urbano, para não danificar as calçadas.
Vanessa também relata que os estudantes perceberam a importância de cobrar ações que estão em desconformidade, e passaram a olhar também outros pontos da cidade.
Olhar de criança
Em 2021, quando os alunos estavam estudando e observando a situação do entorno do Ginásio Dolivar Lavarda, Lavínia Sikora Veivanco, hoje com 8 anos, teve uma queda na calçada que resultou em um leve ferimento no joelho.
Ela diz que naquele dia teve um “ralado no joelho, mas senti que eu, que não tenho nenhuma deficiência cai, imagina os cegos, os cadeirantes e as mulheres com bebês”, comenta ela, revelando tristeza pela dificuldade imposta de falta e acessibilidade.
Ao acompanhar as obras do entorno do ginásio Lavínia fala em gratidão. “Tinha que fazer. Algumas pessoas não gostaram por ter que tirar as árvores, mas foi preciso, para que a calçada fique certa, e eles [Município] vão plantar novas árvores, que as raízes crescem para baixo e não para cima.”
Heitor Fiorentin Borges, de 9 anos, fala que a dificuldade que sua turma de Tempo Integral observou no bairro La Salle, não é uma exclusividade. Ele comenta que já presenciou falta de acessibilidade em outras oportunidades.
Com relação ao entorno do ginásio, Heitor acredita que “teve mais gente que reparou, só não pediram para trocar.”