Disputando uma vaga na Câmara Federal, a candidata a deputada federal Amabile Marchi, do PCdoB, esteve em visita à região Sudoeste, na sexta-feira (23), para divulgar suas propostas.
Em entrevista ao Diário do Sudoeste, Amabile contou que é professora da rede pública estadual e mãe de dois meninos autistas. “Por essas questões que me atravessam, na vida pessoal e profissional, entre as principais pautas e bandeiras da minha campanha está a busca por justiça social. Sou defensora da democracia, e não podemos falar em democracia e justiça social excluindo 24% da população brasileira, que são as pessoas com deficiência. Essas pessoas são historicamente excluídas dos debates políticos, da inserção social. Assim, como mãe de dois meninos autistas comecei a atuar em associações e institutos em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, e tenho percebido que realmente é uma parcela da população que é esquecida pelo poder público”.
Amabile destacou que como deputada federal traz as pautas de campanha, mas que também trabalhará em prol de toda a sociedade. “Temos uma legislação que traz a pauta da inclusão social e escolar da pessoa com deficiência, mas ela não dá conta da complexidade da situação. Algumas leis existem e são bem elaboradas, inclusive, mas precisamos entender e questionar o porquê ainda sofremos tanto o impacto negativo, a exclusão social. Ou seja, as leis existem, mas não são cumpridas. Importante saber o porquê isso acontece, porquê desse abismo que existe entre a lei e ela ser cumprida de fato”, ressaltou.
A candidata contou que tem observado que as mães e as famílias, de modo geral, estão muito empoderadas politicamente em relação a esses assuntos. “Porque a nossa vida é uma constante luta para garantir os direitos dos nossos filhos. Por isso precisamos entender um pouco sobre legislação e políticas públicas, senão não conseguimos que nossos filhos tenham seus direitos assegurados. Assim, fundamos institutos, atuamos em associações e fazemos um trabalho – que também é um trabalho político – dentro dessas ONGs e associações, que existem porque o poder público não cumpre com o seu papel. É por isso que esses institutos e essas associações existem”, enfatizou Amabile, ressaltando que é dentro desses lugares que são promovidos, por exemplo, eventos inclusivos de lazer e é oferecida assistência jurídica voltada para as causas das pessoas com deficiência.
“Me proponho a trazer esse debate para o âmbito político, mas para que ele chegue realmente na população, porque não dá para criamos uma lei que não é aplicável. Não podemos falar, por exemplo, em inclusão social, sem fazer um estudo aprofundado do sistema educacional brasileiro, sem capacitar professores e sem dar condições para que as escolas tenham estruturas adequadas”, frisou.