Amazônia registra um dos piores dias de fogo da história recente

Na sexta-feira (30), a Amazônia viveu um dos dias mais devastadores de queimadas na história recente, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os focos de calor registrados superaram o famigerado “Dia de Fogo” de 11 de agosto de 2019, quando a região foi marcada por uma série de queimadas criminosas.

Entre as 21h de quinta-feira e as 21h desta sexta-feira, os satélites do Inpe identificaram 3.224 focos de calor na Amazônia, o maior número registrado em um único dia em 2024. Este valor supera o recorde anterior do ano, que havia sido registrado dois dias antes, em 28 de agosto, com 2.433 focos de calor. O estado do Pará liderou com 2.005 focos de calor, o maior número diário já registrado neste ano no estado.

Impactos das Queimadas em 2024

O aumento expressivo das queimadas em agosto de 2024 eleva o número total de focos de calor na Amazônia para 36.088, muito acima da média histórica de agosto, que é de 26.218. Este é o maior número registrado no mês de agosto desde 2010, que teve 45.018 focos de calor. No Brasil, os focos de calor somaram 4.775 somente nesta sexta-feira, levando o total de agosto para 65.377, o maior desde 2010.

Consequências das Queimadas e Qualidade do Ar

Os incêndios florestais têm consequências graves para a saúde e o meio ambiente, especialmente em um inverno seco como o de 2024. De acordo com a IQAir, uma empresa suíça que monitora a qualidade do ar globalmente, oito estados brasileiros e o Distrito Federal estão enfrentando condições de ar insalubre devido às queimadas. O Paraná segue com alerta emitido pelo INPE em razão da baixa umidade do ar. Com isso a fumaça das queimadas piora a qualidade do ar.

A fumaça dos incêndios pode agravar doenças respiratórias como asma, bronquite e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), além de aumentar os riscos de ataques cardíacos, derrames e outras complicações de saúde. A exposição prolongada à fumaça também pode causar inflamação em vários órgãos do corpo, incluindo pulmões, rins e fígado.

Cuidados com a Saúde em Períodos de Tempo Seco

Com o tempo extremamente seco, é essencial tomar precauções para proteger a saúde. Segundo o Cepagri da Unicamp, diferentes níveis críticos de umidade requerem cuidados específicos:

  • Umidade entre 21% e 30% (Nível de Atenção): Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar ambientes com vaporizadores, toalhas molhadas ou recipientes com água; permanecer em locais protegidos do sol e vegetados; e consumir bastante água.
  • Umidade entre 12% e 20% (Nível de Alerta): Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h; evitar aglomerações em ambientes fechados; e utilizar soro fisiológico para hidratar os olhos e narinas.

Os incêndios e a baixa umidade exigem atenção redobrada para evitar complicações de saúde e para minimizar os impactos ambientais.

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