Americano que matou sul-africana em Curitiba fugiu após pagar fiança nos EUA

O norte-americano Ian Alexander Bruder Hay, suspeito de matar a sul-africana Anne Leigh McKenzie, de 27 anos, em Curitiba, fugiu dos Estados Unidos após pagar uma fiança de US$ 50 mil (cerca de R$ 270 mil). A informação foi divulgada pela emissora KPRC-TV, afiliada à NBC em Houston, nesta sexta-feira (25).

Segundo a imprensa americana, Ian deveria comparecer a uma audiência em janeiro de 2025, mas não compareceu e passou a ser considerado foragido da Justiça dos EUA. Ele embarcou para o Brasil em dezembro de 2024, apenas duas semanas após deixar a prisão.

Acusado já havia agredido Anne nos Estados Unidos

Antes do crime em Curitiba, Ian Alexander foi preso em Houston por espancar, estrangular e manter Anne em cárcere privado em outubro de 2024. A vítima relatou as agressões em uma campanha no GoFundMe, pedindo ajuda financeira para recomeçar a vida.

“Fui agredida, mantida em cativeiro e ameaçada de morte pelo homem com quem eu morava temporariamente”, escreveu Anne.

Apesar da gravidade das acusações, Ian foi liberado em 20 de novembro de 2024, após pagar fiança. Promotores pediram monitoramento por tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar, mas o juiz DaSean Jones não impôs as medidas.

Crime em Curitiba: corpos encontrados em apartamento no Batel

Anne Leigh desembarcou em Curitiba em 18 de julho de 2025 para reencontrar Ian Alexander. No dia 19, ela foi morta com dois tiros na cabeça em um apartamento alugado pelo casal no bairro Batel. O corpo foi encontrado no dia seguinte após uma criança do apartamento de baixo perceber manchas de sangue escorrendo pela parede.

Ian também foi encontrado morto no local, com um disparo na cabeça. A Polícia Civil investiga se houve duplo homicídio ou homicídio seguido de suicídio.

Imagens mostram drogas, arma e seringas no local do crime

De acordo com a Polícia Civil, imagens registradas no apartamento mostram arma de fogo, munições, cocaína e centenas de seringas espalhadas pela casa, que havia sido alugada por Ian por 60 dias.
Foram apreendidos ainda seis celulares, relógios e joias.

A delegada Magda Hofstaetter afirmou que não descarta relação entre as agressões sofridas por Anne nos EUA e o assassinato:

“Não descartamos a hipótese de conexão entre esses crimes”, disse.

Especialistas criticam falhas na fiança nos EUA

O representante da Crime Stoppers of Houston, Andy Kahan, declarou à KPRC-TV que a morte poderia ter sido evitada:

“Talvez isso pudesse ter sido evitado se tivéssemos imposto condições mais severas de fiança. É mais um caso em que vítimas de violência doméstica não recebem a devida proteção”, disse.

Consulado sul-africano acompanha repatriação do corpo

O Consulado da África do Sul em São Paulo informou que acompanha os trâmites para repatriação do corpo de Anne Leigh, em conjunto com o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação em Pretória:

“Estamos prestando apoio à família e em contato com as autoridades brasileiras para facilitar os desejos da família”, diz a nota.

A Polícia Científica do Paraná confirmou que o corpo do norte-americano Ian Alexander já foi liberado para sepultamento.

Com informações do portal da Rádio Banda B.

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