Marcilei Rossi com assessoria
A Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) anunciou nessa quarta-feira (16), que o presidente da entidade, o prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana conversou, com o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, para a realização de uma reunião, na sede da Amsop, sobre o ramal entre Cascavel e Chapecó (SC), da Nova Ferroeste.
De acordo com Fontana, a reunião deve ocorrer durante o mês de abril, mas, ainda sem data confirmada, pois depende da conclusão de um último estudo que está em andamento. E, a ideia é mobilizar lideranças da região e também do oeste catarinense, para, juntos, concretizarem esse sonho de longa data.
“Esse ramal irá alavancar, sobremaneira, a economia tanto do sudoeste do Paraná como do oeste de Santa Catarina. Pois, irá atender à demanda de suinocultores, avicultores, bovinocultores, agroindústrias e produtores de grãos, facilitando a exportação de gêneros e produtos da nossa região via porto de Paranaguá”, ressaltou o presidente Cleber.
Pelo projeto, o ramal terá 286 quilômetros de extensão e investimento previsto de R$ 6 bilhões.
Na semana passada, uma reunião virtual serviu para debater a temática. O encontro foi organizado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), e teve a participação da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) e Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) representando alguns setores de Santa Catarina, pelo lado paranaense participaram Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste (Cacispar), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Sebrae.
Questionado ainda na semana passada, pela reportagem do Diário do Sudoeste quanto a reunião, a assessoria da Amsop relatou que a entidade foi representada pelo Diretor Administrativo.
Também foi manifestado que “o presidente da Amsop e prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana solicitou a intermediação do presidente da Assembleia Legislativa [do Paraná – Alep], deputado Ademar Traiano, para o posicionamento do governo do Estado sobre uma reunião na Amsop com as lideranças do Sudoeste para tratar desse assunto.”
Articulações
O presidente da Cacispar, Paulo Sergio Bueno que representou as associações empresariais do Sudoeste, solicitou a análise de inclusão de um terminal da ferrovia na região. As entidades catarinenses aceitaram a ideia e a possibilidade será incluída no estudo.
“As entidades sudoestinas, a Cacispar entre elas, elaborarão um relatório com indicadores regionais de produção, que será encaminhado para a Facisc, para comparação com os dados do estudo, em busca de constatar a viabilidade de termos um terminal em nossa região. É uma forma de contribuir para com o estudo e de fortalecer esta iniciativa de forma integrada entre as entidades dos dois estados. Caberá, também, às entidades sudoestinas, tornar público o desejo da comunidade do Sudoeste assim como tornar público o estudo de viabilidade para que chegue até os potenciais investidores”, observou Bueno.
Também ficou definido que a Cacispar e as associações empresariais da região complementarão a cota da Facisc referente ao pagamento do estudo de viabilidade. “Ainda não há um traçado definido. O estudo de viabilidade deve apontar o roteiro mais adequado para a ferrovia”, completou Bueno.
Traçado
A previsão da Ferroeste é de que o ramal entre Cascavel e Chapecó entre em operação até 2029.
A estimativa inicial é de que no novo traçado da ferrovia tenha 286 quilômetros, e resulte em um investimento de R$ 6 bilhões. Uma projeção inicial da ligação Cascavel/Chapecó é de que o traçado da ferrovia passe por nove municípios do Sudoeste, — Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, São Jorge D’Oeste, São João, Verê, Itapejara D’Oeste, Bom Sucesso do Sul, Renascença e Vitorino —, a primeira cidade catarinense a que se tem referência de traçado é São Lourenço do Oeste.
Ainda no início desta semana, a reportagem entrou em contato com o ex-presidente da Ansop e prefeito de Bom Sucesso do Sul, Nilson Feversani que disse não ter conhecimento na oportunidade sobre a reunião da semana passada.
Ele demonstrou um certo entusiasmo com a possibilidade de seu município ser cortado pela ferrovia, mas disse preferir se manifestar futuramente. O mesmo ocorreu com o prefeito de Vitorino, Marciano Vottri.
