“Estou muito triste e decepcionada. A penalidade que tomei foi tentando alcançar a medalha, pois sabia que tinha de fazer um tempo bom. Sei que se não fosse a penalidade, ficaria em quarto e talvez isso fosse até pior. Antes eu estava feliz, mas agora tenho muita coisa para revisar”, disse a atleta, que chorou bastante.
Ela lembra que durante a pandemia de covid-19 teve muitas dificuldades e acabou ficando sem treinador. Cássio Ramon Petri deixou de ser o técnico e a Confederação Brasileira de Canoagem queria um grande nome internacional. Mas por ser perto da Olimpíada, não teve como conseguir isso.
“Fiquei sem técnico seis meses antes dos Jogos. O COB e a confederação procuraram, mas não encontramos ninguém. Até que meu namorado se prontificou a me ajudar. Ele deixou a vida de atleta para me apoiar”, contou Ana, citando o francês Mathieu Desnos, com quem namora há quatro anos.
E foi com ele que Ana Sátila fez a reta final de sua preparação. Apesar de todas as dificuldades, chegou pela primeira vez na final olímpica e conseguiu o melhor resultado de uma mulher do Brasil na modalidade. Ela prometeu levantar a cabeça e perseguir sua medalha. “Agora é olhar para frente e tentar me recuperar. Sei que tenho nível para competir com as melhores do mundo”, avisou.
A tendência é que o COB e a confederação busquem um especialista estrangeiro para treinar a atleta para os Jogos de Paris, em 2024. Mathieu, que já tem sua naturalização, também quer tentar a vaga olímpica para representar o Brasil. “Essas decepções fazem a gente crescer”, comentou Ana Sátila.
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