“A redução unilateral da TEC não traz vantagem ao Brasil”, comentou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, durante seminário da Autodata que reúne nesta semana dirigentes da indústria automotiva.
Citando barreiras estruturais, como ineficiências em infraestrutura de logística e elevada carga tributária, o executivo demonstrou ainda ceticismo em relação à eficácia da medida dentro do propósito do governo de reduzir preços ao consumidor, tirando assim a pressão sobre a inflação. “Tenho minhas dúvidas porque o problema é o custo Brasil”, disse Moraes.
Ele acrescentou que o imposto de importação dos carros já é, em média, mais baixo porque o Brasil traz, em maior parte, veículos da Argentina e do México, países com quem tem acordos comerciais automotivos. “Nossa alíquota média não é 35%, é perto de 5%.”
Durante o seminário, Moraes voltou a defender uma reforma tributária mais ambiciosa, que unifique impostos tanto federais quanto estaduais e municipais, lembrando que a janela de aprovação das mudanças no sistema é curta, dado que dificilmente o tema avançará em 2022, ano de eleição.
O presidente da Anfavea também enfatizou a necessidade de o País aprovar a reforma administrativa. Porém, observou, a proposta encaminhada pelo governo, por não atingir os servidores já contratados, só terá efeito daqui 30 anos. “Pelo menos, não aumentamos o problema. É uma reforma tímida, mas necessária”, disse Moraes.
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