O ano de 2024 está inteiramente dedicado à oração em preparação para o jubileu 2025. Neste ano, somos convidados a nos tornar mais humildes e a abrir espaço à oração que brota do Espírito Santo. É Ele quem coloca em nossos corações e nossos lábios as palavras certas para sermos ouvidos pelo Pai.
O Papa Francisco escolheu o tema “Peregrinos da Esperança”. Escreveu o Papa: “Me alegra pensar que o ano anterior ao evento do Jubileu, 2024, pode ser dedicado a uma grande sinfonia de oração. Em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de ouvi-Lo e de adorá-Lo. E que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do ‘Pai Nosso’, a oração que Jesus nos ensinou, o programa de vida de cada um de seus discípulos”.
Dom Rino Fisichella disse que em “2024, será um momento privilegiado para redescobrir o valor da oração, a necessidade da oração cotidiana na vida cristã; como rezar e, sobretudo, como educar para a oração hoje, na era da cultura digital”. E Dom Fisichella conclui citando novamente o Papa Francisco, que disse estar certo de que “os bispos, sacerdotes, diáconos, ministros/as e catequistas encontrarão, neste Ano, as formas mais adequadas para colocar a oração na base da proclamação de esperança, que o Jubileu 2025 pretende fazer ressoar em um tempo conturbado”.
Mas, o que é a Oração?
Santa Terezinha do Menino Jesus responde: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. Santo Agostinho escreveu que a “oração, quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele” (cf. CIC n. 2560). Há muitas definições para a oração, mas basicamente, ela é uma conversa amigável entre duas pessoas apaixonadas: Deus e seu amado, que somos nós. Oração é simplesmente um diálogo entre dois amantes. É uma grande experiência. Esse processo orante de amor só pode começar quando se acolhe Deus como pessoa que ama. Deus é pessoa e “Deus é amor” (1Jo 4,8) – escreveu o padre Lourenço Kearns. A espiritualidade cristã – fruto da oração – não é uma filosofia, uma moral, uma sabedoria ou uma ideologia; ela é encontro com Cristo. Daí a força dos sacramentos, em particular a Eucaristia, coração da comunhão espiritual.
Pai Nosso: síntese de todo o Evangelho
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a oração de Jesus, o Pai Nosso, fora um pedido de um dos discípulos de Jesus: Um dia, estava Jesus em oração, em certo lugar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: ‘Senhor, ensina-nos a orar, como João Batista também ensinou os seus discípulos’ (Lc 11,1). Foi em resposta a este pedido que o Senhor confiou aos seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental. São Lucas apresenta-nos um texto breve dessa oração (cinco petições); São Mateus, uma versão mais desenvolvida com (sete petições). A tradição litúrgica da Igreja reteve o texto de São Mateus 6,9-13 (cf. CIC n. 2759).
A oração dominical é verdadeiramente o resumo de todo o Evangelho. Depois de o Senhor nos ter legado esta fórmula de oração, acrescentou ‘Pedi e recebereis’ (Jo 16,24). Cada um pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações segundo as suas necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que continua a ser a oração fundamental. Depois de ter mostrado como os Salmos são o alimento principal da oração cristã e convergem para as petições do Pai-nosso, Santo Agostinho conclui: “Percorrei todas as orações que existem na Sagrada Escritura; não creio que possais encontrar uma só que não esteja incluída e compendiada nesta oração dominical” (cf. CIC nn.2761-2762).
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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