Marcilei Rossi e Mariana Salles
Faleceu na noite do sábado (2), em Curitiba, o ex-prefeito de Pato Branco, ex-deputado Estadual e uma figura emblemática da Revolta dos Posseiros em Pato Branco, Ivo Thomazoni.
Seu corpo está sendo velado na capela Vaticano, sala Diamante e o sepultamento está previsto para às 16h, deste domingo (3), cemitério Parque Iguaçu, na Capital do Estado.
Sobre Ivo Thomazzoni
Nascido em Joaçaba – SC em 22 de setembro de 1931, Ivo Thomazzoni passava por Pato Branco, em 1954, com um caminhão carregado de porcos. Resolveu pernoitar na cidade, no Hotel Brasil, e ouviu que a Rádio Colméia [atual Celinauta] precisava de locutores. Resolveu fazer o teste e foi chamado na mesma hora para trabalhar no local, mas, antes, precisava terminar sua viagem. Dois meses depois estava morando em Pato Branco. Antes disso, de 1945 a 1951, exerceu funções administrativas na Companhia Comercial Sudoeste Ltda, em Francisco Beltrão.
Ivo se radicou em Pato Branco, e foi trabalhando como comunicador que teve uma grande atuação durante a Revolta do Posseiros, assumindo gradativamente o papel de liderança no movimento. A ele cabia o papel de informar os ouvintes e registrar o momento histórico com a sua voz marcante. Esse levante de caráter político, econômico e social tomou vários municípios da região e teve como protagonistas colonos e posseiros que disputavam terras em litígio envolvendo os governos estadual e federal e colonizadoras.
No comando dos microfones da Radio Colmeia, Thomazzoni fornecia informações sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores para os ouvintes, assim como alimentava com notícias a imprensa da capital. Ao fim das batalhas, na década seguinte, mais precisamente em 1962, o movimento conseguiu seu intento, de regularizar os títulos de posse dos pequenos agricultores após a criação do GETSOP (Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná).
Depois da resolução da Revolta dos Posseiros, pela qual influenciou a comunidade com suas ideias, Thomazzoni iniciou sua carreira política, elegendo-se primeiro suplente de deputado estadual, assumindo o cargo em 1959.
De 1960 a 1964, foi prefeito de Pato Branco pela União Democrática Nacional (UDN), partido o qual foi fundador na região Sudoeste. E, em 1966, foi eleito a assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná, sendo reeleito em 1970.
Voltou a atuar no executivo municipal, sendo eleito vice-prefeito de Pato Branco, assumindo em 31 de janeiro de 1973. Em 1974, foi novamente eleito deputado estadual pela Arena, e reeleito em 1978, nas duas vezes como o candidato mais votado do Sudoeste.
Durante esta trajetória, foi membro da Comissão de Constituição e Justiça, líder dos governos Jayme Canet Júnior e Ney Braga, presidente da Casa, no biênio 1977/1978 e também o primeiro secretário da Associação Paranaense dos Municípios. Manteve-se no cargo até 4 de maio de 1979. Depois disso, foi nomeado juiz do Tribunal de Contas do Estado do Paraná e aposentou-se como auditor do Tribunal de Contas do Estado.
A ele é atribuído o título dado à Pato Branco de “Capital do Sudoeste”.