Para Gustavo Gierun, cofundador e sócio da Distrito, os números sinalizam um ano forte para o setor, porque os fundos ainda têm capital para investir. “O Brasil caminha para algo entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões (em aportes) ao longo de 2021”, diz. Ele lembra que entre janeiro e maio de 2020 foram 203 transações e US$ 835 milhões em investimentos em startups no País. Ou seja: o volume saltou quase quatro vezes neste intervalo.
Dados da Transactional Track Record (TTR) que englobam grandes operações, não apenas de startups, mostram que os fundos de venture capital já aportaram R$ 15,2 bilhões (o equivalente a US$ 3 bilhões) em empresas de tecnologia no Brasil no período entre janeiro e maio deste ano, com 115 transações. Entre elas estão um aporte de US$ 400 milhões recebido pelo Nubank em janeiro, e outro, de US$ 525 milhões, recebido pela Loft entre março e abril.
Segundo Flávio Málaga, sócio e professor de finanças da Finted Tech School, a alta dos investimentos em venture capital que ajuda a elevar o financiamento a startups reflete a atual dinâmica macroeconômica do Brasil e do mundo, de juros baixos e muita liquidez no mercado. “Os investidores estão em busca de projetos e a indústria de fundos de venture capital está aí para suprir essa demanda. São bem atrativos pela maior rentabilidade”, afirma.
Fintechs
O relatório da Distrito aponta que as fintechs ainda são as preferidas para aportes, com 57 investimentos neste ano e um volume de US$ 1,158 bilhão. Em seguida, as startups do ramo imobiliário somam US$ 825 milhões em investimentos em quatro projetos. Dois deles ocorreram no mês de maio. Mas outros setores devem ganhar importância.
Segundo Gierun, as empresas inovadoras ligadas ao varejo e ao ramo da saúde vêm “crescendo com consistência, uma promessa para os próximos períodos”. Até aqui, recebem menos recursos que as fintechs, mas estão no “top 5” dos investimentos: as chamadas retail techs (varejo) e as healthtechs (saúde) acumulam investimentos de US$ 632 milhões e US$ 88,8 milhões neste ano, respectivamente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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