“Cesar Cielo mostrou que era possível há uns anos atrás. No começo da minha carreira, se eu não tivesse tido a oportunidade de treinar e competir ao lado de quem eu acredito ser o melhor velocista da história eu não teria chegado aqui hoje”, disse Fratus, para depois completar: “Disse uma vez que não tenho ídolo, mas vou usar essa palavra, meu ídolo, que eu cresci vendo, Fernando Scherer, que mostrou que era possível anos atrás”.
Nos Jogos de Atlanta, em 1996, Xuxa conquistou o bronze, primeira medalha do Brasil na prova dos 50m livre. Depois, Cielo foi campeão olímpico em Pequim-2008 e bronze em Londres-2012. Cielo era até esse sábado dono dos recordes mundial e olímpico da prova.
Com os 21s07 deste sábado, Dressel pulverizou os 21s30 de Cielo nos Jogos de Pequim-2008. O brasileiro ainda é o dono do recorde mundial (20s91), alcançado no Mundial de 2009, em Roma.
Fratus também lembrou da primeira medalha conquistada pelo Brasil em Tóquio, com Fernando Scheffer, nos 200m livre. Segundo ele, o pódio do companheiro de equipe dias antes o ajudou a controlar melhor a ansiedade no decorrer da semana. A prova dos 50m fecha o programa olímpico da natação, com a final realizada apenas no último dia de competições da modalidade.
“Agradecer ao Fernando Scheffer, que mostrou essa semana que era possível. Por várias vezes, quando eu estava ansioso, eu pensava: ‘o Scheffão fez e você pode fazer também’.”
Lidar com a parte psicológica, inclusive, foi um dos maiores desafios de Fratus em busca da tão sonhada medalha olímpica. Após a prova, o nadador revelou que se “isolou” nos últimos dias para se concentrar apenas na sua prova. “Um dos motivos pelo qual saí de rede social aqui é porque precisava estar isolado no meu mundo. Quando a competição vai chegando eu vou afunilando e tirando cada vez mais coisas que não importam muito e priorizando o que é importante. Hoje foi o último momento em que estava eu e minha raia”, contou.
Desde o frustrante sexto lugar na final dos Jogos do Rio, ganhar uma medalha em Tóquio virou obsessão para Fratus e o nadador admitiu tomar cuidado para que não se criasse uma pressão exagerada. “Vocês sabem que eu tenho uma cobrança muito grande em cima de mim, então, às vezes, meu trabalho de psicologia é botar o pé no freio, calma, relaxa, não se cobrar tanto. Hoje, consegui não me cobrar tanto.”
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