Em entrevista ao programa “Bem, Amigos”, da SporTV, na noite desta segunda-feira, o agora ex-jogador do São Paulo não quis revelar maiores detalhes, mas deixou claro que recebeu uma oferta e que está interessado nela. “Estou avaliando e pensando com cuidado”, limitou-se a dizer quando questionado pelo apresentador Cléber Machado.
Apesar da decisão de seguir com a carreira de jogador, Hernanes sabe que restam poucos anos para continuar atuando profissionalmente. Por isso, ele considera todas as possibilidades, inclusive a de ser treinador, opção que ele descartava até pouco tempo atrás.
“Aqui no Brasil a gente considera pensar no que pode dar errado é proibido, porque seria negativo, mas é ver as possibilidades, estar focado no presente, mas não deixar de ter um olhar no futuro. Eu sempre dizia que eu teria descartado a opção de ser treinador. Hoje, não é o que eu quero ser, mas digo que pode ser, vou deixar essa porta aberta. Daqui até o momento em que eu encerrar a carreira eu quero estar preparado para poder exercer se aparecer a oportunidade”, contou o jogador.
O meio-campista também avaliou os motivos que o levaram a sair do São Paulo, encerrando sua terceira passagem pelo clube sem o mesmo o brilho das passagens anteriores. De acordo com o ídolo são-paulino, parte da frustração foi causada pela série de lesões sofridas por ele ao longo dos últimos meses.
“Nunca tive tantas lesões assim. Nunca fui acostumado a lidar com isso. Desde que voltei dessa última vez aconteceram alguns episódios que acabaram atrapalhando. Não ter sequência e o São Paulo é um clube muito competitivo, está sempre chegando moleque da base, de fora, e, se você não está bem, vai ficando pra trás”, afirmou. “Depois veio a situação da pandemia, depois tinha o esquema de jogo, que às vezes não me beneficiava, uma soma de fatores que fizeram com que eu não conseguisse acompanhar o ritmo”, completou.
Ao comentar sobre a relação com os treinadores com os quais trabalhou, Hernanes disse que não conseguia se adaptar ao esquema tático de Fernando Diniz. Quando Crespo chegou, ele viu a oportunidade de jogar em uma configuração que favorecia suas características, mas foi pouco aproveitado pelo argentino.
“Não teve questão pessoal, como eu falei, claro. Falei pra ele (Diniz), foi um dos melhores treinadores que tive, que mais aprendi, mas para o meu estilo de jogo não se encaixava. Até falei pra ele, ‘eu estou de fora e com razão, porque é assim que você joga e eu não me encaixo'”, afirmou. “Já com Crespo não, porque o sistema que ele joga eu poderia me encaixar, mas também não tive muito espaço. Mas eu que não consegui acompanhar por diversos fatores. Lesões, esquema tático, estilo de jogo”, completou.
O veterano ainda tentou explicar a queda de rendimento do São Paulo após a conquista do título paulista, relacionando a má fase a um relaxamento natural pós-conquista. “Após o título, veio a conta, muitas lesões, um pouco de acomodação. A fase do campeão, o Paulo Autuori me ensinou isso, é normal. Agora fica difícil para brigar por título, mas acho que vai voltar a vencer e ter uma constância melhor”, disse.
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