Entre os pontos levantados por Araújo e que devem servir de base para os questionamentos a Pazuello amanhã está a letargia do governo brasileiro em conseguir acesso a insumos para conter a grave crise sanitária registrada em Manaus (AM) no início deste ano.
Araújo também descartou que durante sua gestão no ministério tenha havido dificuldades nas negociações com a China em razão de qualquer hostilidade dirigida ao país oriental. O ex-ministro das Relações Exteriores também negou que os atrasos para importação de insumos ao Brasil vindos da China aconteçam por razões políticas. No início do mês, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que o coronavírus tenha surgido como parte de uma “guerra química”.
Araújo voltou a defender o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com relação à discussão entre o parlamentar e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmando que o embaixador chinês teria cometido uma grande ofensa diplomática ao compartilhar uma publicação dizendo “a família Bolsonaro é o veneno deste País”.
O ex-chanceler também se negou – a pedido de senadores que participaram da oitiva – a pedir desculpas à senadora Kátia Abreu (PP-TO) por tê-la acusado de atuar a favor de suposto lobby chinês pelo 5G. Katia, que durante pouco mais de 20 minutos de fala fez diversas críticas a gestão de Araújo no Ministério das Relações Exteriores.
A senadora o acusou, inclusive, de ter uma memória seletiva: “Não se lembra de nada do que importa, mas se lembra de questões mínimas e supérfluas e até mesmo não verdadeiras”, disse ela ao ex-ministro.
Ernesto negou a existência de uma conselho paralelo ao Ministério da Saúde que orientasse o presidente Bolsonaro com as ações referentes a gestão da crise sanitária no País, e afirmou que a não informou Bolsonaro sobre a carta enviada pela Pfizer ao governo por pressupor que o presidente já tivesse conhecimento da documento.
Em seu testemunho, Araújo também afirmou que a Casa Branca procurou “discretamente” as representações brasileiras em Washington (EUA) para a “alocação de doses excedentes” de vacinas contra a covid-19. O motivo da discrição, segundo Araújo, era para evitar “uma discussão mundial” sobre os países que poderiam receber ou não os imunizantes.
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