“Ambos consideramos urgente que a Comissão Europeia apresente uma proposta de um documento complementar com o compromisso ambiental e o combate ao desmatamento”, afirmou Costa, indicando que são dois temas “críticos” e “importantes para fazer avançar o acordo”. “Estamos em condições de fazê-los caminhar”, respondeu a um jornalista sobre os acertos complementares. “Esperamos que enquanto Portugal preside o Conselho da União Europeia possamos dar passos concretos para um acerto”, concluiu o primeiro-ministro.
Segundo Costa, a Comissão, braço executivo da UE, apresentar uma proposta é “obrigação”. “Não tínhamos o mesmo apoio para isso há um ano, mas agora há, e é um tema consensual entre os 27 estados membros e os países do Mercosul”, apontou. “Resolvendo este tema, todo o clima político do acordo muda completamente”, e “nos permitirá avançar por um acerto comercial”. Questionado sobre uma data para o acerto, Costa sugeriu que no espaço de “um ano, dois anos” será possível ter um acordo.
“Temos dificuldade no nosso lado e na Europa, com alguns países que não concordam com o acordo econômico”, afirmou Fernández. O presidente destacou que uma das áreas em que acertos complementares podem se desenvolver é o combate às mudanças climáticas, “questão central para o governo argentino”, afirmou.
“Creio que o acordo tem um potencial imenso na escala global. Depois da pandemia, com a necessidade de recuperação, será muito importante”, afirmou Costa. Em sua conta no Twitter, Costa escreveu que há uma intensificação de esforços “para fazer avançar o processo de ratificação deste Acordo tão importante para a prosperidade econômica da Europa e da América Latina”.
FMI
Sobre o FMI, Fernández disse quer “um acordo que não afaste os argentinos”, e pediu que o Fundo entenda que a “natureza” do acerto anterior foi prejudicial à Argentina. Costa escreveu no Twitter que se solidariza “com o Governo argentino nesta fase complexa” e que “esperamos que as negociações com o FMI e o Clube de Paris se concluam de forma satisfatória para todas as partes”.
A visita a Portugal foi a primeira de uma série pela Europa que o presidente argentino fará, e que contará ainda com passagens por Espanha, Itália e França. O ministro da Economia argentino, Martín Guzmán, se reuniu hoje com a contraparte portuguesa, João Leão. Após o encontro, o sul-americano escreveu no Twitter que Portugal também sofreu com os altos encargos das taxas de juros por parte do FMI entre 2011 e 2018.
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