Se nos perguntassem o que é estar aprisionado, provavelmente responderíamos: É estarmos cerceados de nossa liberdade, impedidos de nos movimentarmos de acordo com nossa vontade, longe dos nossos amores e sob a vigilância de terceiros.
Talvez não tenhamos refletido ainda que existem outras formas de prisões, às quais adentramos voluntariamente, e que são tão ou mais penosas do que aquelas de muros de pedra.
Quantos somos prisioneiros da inveja, do ciúme, da vaidade, da preguiça, da culpa?
Quando presidiários da inveja, por mais posses tenhamos, como dinheiro, status, imóveis, carros, sempre acreditamos que o vizinho, ou o colega tem mais do que merece, não importando se é muito ou pouco.
Sentindo-nos assim, nos tornamos maledicentes, por não suportarmos que outros possam ter ou usufruir mais do que nós possuímos.
Podemos também, nos aprisionar no ciúme, sempre alicerçado em baixa autoestima e no sentimento ainda infantil da impossível posse de alguém. E nos tornamos infelizes.
Infelizes por nos considerarmos incompletos, querendo ser o objeto único de atenção do nosso eleito, sufocando-o com exigências descabidas.
Ciumentos, não alcançamos a paz, pois ficamos na constante busca de quem nos complete, sem conseguir encontrar.
Os que somos prisioneiros da vaidade, procuramos as glórias do mundo, que nos concedam destaque, reconhecimento de nossos dotes físicos, de cargos de relevância.
Envolvidos nas malhas da vaidade, nos apaixonamos pela imagem que fazemos de nós mesmos. Eis-nos escravos de valores exteriores e do amor desmedido de nosso próprio eu.
E os que nos entregamos à preguiça, essa devoradora do tempo e da oportunidade, criamos aversão à disciplina e à lei do trabalho, que é lei da natureza.
Asseverava Jesus que o Pai trabalha incessantemente, e Ele de igual forma o faz.
Quando nos deixamos enveredar pelos caminhos do nada fazer, os dias se tornam enfadonhos, e o relógio mal arrasta as horas.
Perdemos o encanto de viver, porque viver é agir, é pensar, é atuar, é colaborar, é criar, inventar.
E os que alimentamos culpa por algo que fizemos ou deixamos de fazer, por algo que promovemos, em algum momento, por pensamentos alimentados, adentramos o círculo vicioso do remorso improdutivo, que nada melhora.
* * *
Felicitemo-nos com a hora presente. Aproveitemos o momento que passa.
A vida é breve. Libertemo-nos de amarras tolas, de celas criadas pelas nossas imperfeições.
Vivamos, usufruindo dos bens que a Divindade nos permite. Agradeçamos o trabalho que nos honra as horas, a família que nos exige cuidados.
Abracemos os nossos deveres e exultemos pela dádiva da vida.
Abandonemos a culpa, o medo. Se erramos, ergamo-nos e busquemos diluir os desastres que tenhamos provocado.
Não nos permitamos estacionar no tempo. A lei é de progresso e nossa meta é alcançar patamares mais elevados.
Este deve ser o nosso propósito. Elevar-nos até alcançarmos as estrelas.
Redação do Momento Espírita
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