O decreto estabelece que o fechamento também acontecerá se a taxa de positividade em pacientes sintomáticos – aqueles que buscam os serviços de saúde – ultrapassar 30% por três dias seguidos ou cinco dias em uma semana. A taxa atual é de 14%. Se os índices forem ultrapassados, as atividades econômicas serão suspensas por, no mínimo, sete dias ou até que haja recuo nos índices. A circulação de pessoas também ficará restrita. A prefeitura emitirá alerta quando o índice estiver próximo de causar o fechamento.
O prefeito Edinho Silva (PT) chamou a medida de pacto social. “Quem vai dizer se Araraquara vai continuar funcionando ou terá que fechar por um período não é o prefeito, a secretária de saúde ou a equipe de saúde. É a população de Araraquara, tomando os cuidados, fazendo as medidas de isolamento e impedindo a circulação do vírus”, disse. Conforme o prefeito, as medidas seguem orientação de especialistas em saúde pública, como representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que estiveram na cidade no início do mês.
Segundo o decreto, agentes da saúde farão busca ativa e rastreamento de comunicantes que tiveram contato com pessoas positivadas para covid-19. O isolamento dessas pessoas por 14 dias será monitorado pelas equipes. Se a pessoa passou em um supermercado, uma igreja ou um restaurante, esses locais serão monitorados, assim como o do seu trabalho. Os residentes na mesma casa do infectado terão de cumprir isolamento domiciliar de 14 dias, também com monitoramento. A cidade mantém barreiras sanitárias para exigir teste de quem chega de fora.
Empresas, comércio e entidades podem ser interditadas total ou parcialmente se o rastreamento encontrar 10% ou mais de positividade em relação ao total de funcionários. A interdição total ou parcial será por dois dias, período em que o local deve passar por desinfecção. As pessoas infectadas só podem voltar ao estabelecimento após dois testes negativos. Os estabelecimentos e as pessoas físicas em geral podem responder por conduta criminosa caso se recusem a fazer os testes da covid-19 e, nos casos positivos, descumpram a quarentena.
Em fevereiro, quando Araraquara enfrentava um colapso na rede hospitalar, com pacientes à espera de leitos, a prefeitura decretou lockdown por dez dias. Dois meses depois, a pressão na rede hospitalar havia cessado e o número de casos caiu mais de 70%. Nos últimos dias, a situação voltou a preocupar. Nesta quinta, foram confirmados mais 100 casos, atingindo 20,3 mil infectados, e duas mortes, totalizando 429 óbitos. A taxa de ocupação de leitos de UTI voltou a um patamar elevado, chegando a 93%.
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