O resultado é melhor do que o registrado no ciclo anterior, divulgado em setembro de 2020, quando a mancha de poluição atingiu 150 km do rio, em dois trechos não contínuos. O trecho com qualidade de água ruim diminuiu 65 quilômetros, ou quase 50%.
A organização SOS Mata Atlântica faz um acompanhamento anual da qualidade de sua água e a evolução dos indicadores de impacto do Projeto Tietê. O levantamento se baseia em dados coletados entre setembro de 2020 e agosto de 2021 e foi realizado ao longo de um trecho de 576 km, entre a nascente, em Salesópolis, e a eclusa do reservatório de Barra Bonita, nesse município.
Depois de analisar a qualidade de água em 53 pontos de amostragem de 21 afluentes que se conectam ao Tietê, foi verificada uma tendência de melhora nas bacias próximas de Sorocaba, Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que correspondem à metade da bacia hidrográfica do rio. A melhora mais significativa foi verificada em Santana do Parnaíba, Itu e no município de Tietê, além de Botucatu, no reservatório de Barra Bonita.
Do total de pontos de amostragem, 36 apresentaram um índice regular de qualidade e seis tiveram condição boa. Outros sete foram classificados como ruins e quatro como péssimos. Nenhum ponto teve classificação ótima. Dos quatro pontos péssimos, três estão no Rio Pinheiros, na capital paulista.
Os indicadores apontam leve tendência de melhora em alguns rios da bacia, como o de Jundiaí, em Salto. O córrego São Luiz teve melhora em dois pontos de coleta, no município de Itu – além do Rio Caicatinga e o Tietê, na região de Botucatu. A qualidade de água ruim, imprópria para usos e inadequada para a vida aquática, ficou restrita a dois trechos do Rio Tietê, entre o município de Suzano e a Ponte das Bandeiras, na capital, e no município de Porto Feliz. Os dois trechos totalizam 85 quilômetros de extensão, o que representa 14,7% dos 576 quilômetros monitorados.
Água boa
A qualidade de água boa foi registrada em 124 quilômetros, enquanto o índice regular atingiu 283 quilômetros. Com isso, a condição de água boa e regular, que permite usos múltiplos e vida aquática, estendeu-se por 407 km, o que representa 70,63% de todo o trecho monitorado. O resultado mostra que os pontos com qualidade boa saltaram de três para seis locais, enquanto os pontos com água ruim caíram de 11 para sete pontos de coleta.
A SOS Mata Atlântica afirma que a série histórica mais longa, de 2010 a 2020, aponta uma reversão na tendência da qualidade da água. Houve um período de piora entre e 2010 e 2015. Maas com o aumento nas ligações de redes coletoras “os indicadores medidos nos rios passaram a apontar uma tendência de melhoria da qualidade da água na bacia do Tietê, a partir de 2016”, afirma a organização.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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