De acordo com a pesquisa, apesar da retomada das atividades econômicas, muitos dos segmentos não devem se recuperar neste ano. A expectativa é que o varejo essencial experimente uma retração de 1%, e que o turismo ainda acabe 2021 no vermelho, com queda de 5% de receitas depois de uma variação expressiva para baixo em 2020, que beirou os 40%.
O turismo brasileiro perdeu R$ 52,1 bilhões em faturamento em 2020 em comparação a 2019, considerando a correção da inflação acumulada no período. O resultado foi um dos piores da história do setor, representando uma queda de 38,1% em comparação com o que o setor faturou em 2019. No entanto, o setor que mais perdeu no ano passado foi o de serviços que, pelos dados, faturaram praticamente R$ 100 bilhões a menos em relação a 2019 – uma retração de 11,7%.
As vendas de veículos também caíram e apresentaram um prejuízo de R$ 41,2 bilhões (queda de 11,5% na comparação com 2019). Já o varejo não essencial, como lojas de roupas, por exemplo, fechou 2020 com um rombo de R$ 32 bilhões em comparação ao ano anterior, representando a perda de um décimo do seu tamanho (-10,3%).
Apesar das retrações expressivas, o varejo em geral registrou um aumento de 4,8%, cerca de R$ 83 bilhões a mais em vendas, puxado pelas atividades consideradas essenciais, como supermercados, farmácias, lojas de materiais de construção e postos de combustíveis, que tiveram ganhos de R$ 115,7 bilhões em 2020 – um salto de 8,2% na comparação com 2019.
Na avaliação da FecomercioSP, o desempenho positivo se explica pela injeção do auxílio emergencial no orçamento das famílias, que boa parte foi direcionada para este tipo de consumo. No entanto, dado o cenário atual, a entidade entende que esses setores não se recuperem tão rápido. Segundo ela, a tendência é que as concessionárias de veículos, o varejo não essencial e os serviços não revertam essas perdas neste ano, mesmo com um possível crescimento daqui em diante.
Medidas contra as perdas
Diante das perdas contabilizadas no levantamento, a FecomercioSP defende que algumas medidas sejam tomadas pelo Poder Público. A Federação afirma que tem atuado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno de linhas de crédito com taxas, carências e parcelamentos condizentes com a situação das micro e pequenas empresas. Um modelo defendido é o do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Outro pedido é que o governo crie um auxílio emergencial correspondente a quatro parcelas, cada uma equivalente a 10% do faturamento mensal médio verificado no ano passado. Além disso, a entidade ainda segue solicitando que os tributos das três instâncias estatais, vencidos em abril até junho deste ano, sejam consolidados com carência estabelecida de seis meses e possibilidade de parcelamento em até 60 vezes.
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